A chama



Reencontros. Três meses depois voltara àquele terreno para completar o trabalho inici
ado.Acender o fogo, abrir, abrir-se. Abriu o espaço para trabalho de cura há 2 anos atrás e 2019 foi o ano deste terreno que não é meu, mas com tanto de pertença que se abriu para receber a medicina do temazscalli.

E quando caminhamos ao encontro de nós para purificar e alinhar com o nosso propósito elevado, arrancando as ervas daninhas para que a flor possa florir, vamos acolhendo e observando a nossa leveza e florescimento. Este terreno é uma montra viva, um espelho tão bonito.

Quando o conheci era um terreno quase ao abandono, com várias laranjeiras a crescerem por conta própria, selvagens cheias de ervas daninhas. E gradualmente venho acompanhando o cuidado com as árvores, a limpeza e hoje, volvidos 3 meses assisto ao terreno completamente limpo, a plantação de milho alta e verdejante, girassóis lindíssimos, as árvores elegantes todas podadas, novas árvores e frutos todos a rebentarem. Pequenos oásis espalhados pelos recantos. E a emoção de assistir a toda esta abundância e fertilidade.

Nós vamo-nos curando e o nosso entorno muda. Mas os espaços também recebem a cura, a energia circula e põe em movimento tudo o que está fixo e estagnado. E que honra poder assistir à evolução desta terra que se recicla e renova a cada instante com uma rapidez extraordinária. À medida que curamos promovemos a cura da terra mãe. De tudo e de todos.

Queres mudar o mundo, começa pelo teu e observa. Observa-te! E a experiência vai-lhe mostrando que assim é, mas ainda assim deslumbra-se com a magia. Hoje recebia agradecimento, e havia uma ponta solta de "sentir-se em dívida" para com ela. Mas ela não via a coisa assim, pois beneficiava e desfrutava também da dádiva de poder apreciar a magia do Grande Espírito em ação. O valor não pode ser medido, apenas apreciado e partilhado.  Podemos colocar um preço para estabelecer uma troca pelo tempo que dispensamos, mas o valor esse é sempre incalculável e fica para além do espaço e do tempo. Está sempre em movimento, a fazer a sua magia muito própria.

E na verdade, fazemos muito pouco, disponibilizamo-nos, abrimos para que a vida nos atravesse e nos conduza. E recebendo o elogio e partilhando a magia da Colher, de como os participantes que se cruzam e encontram de grupos diferentes têm uma sintonia e uma autenticidade tremenda, como se se conhecessem desde sempre. Ela sabia que assim é, a Família reconhece-se. E diziam-lhe, parece que te custa acreditar que assim é. E na verdade não. Não podia deixar de continuar a maravilhar-se e agradecer.

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