Do que é feito o Amor...

 


Do que era feito o Amor?

Já algumas vezes escrevera sobre o tema. Considerava-se uma romântica. E à medida que desenrolava o novelo do amor, percebia que o tecido de que era feito era a linguagem dos sonhos.

Recorda-se de quando era criança e quando todas as noites fechava os olhos e partia para o mundo dos sonhos, o quanto era inundada pelo Amor. Aí, ia para bosques encantados onde em casas de madeira viva em comunidade, as árvores, pássaros, rios, riachos, pedras e pedrinhas e as flores, o quanto ela gostava de flores... todos lhe falavam. Era uma linguagem de alegria, amor e harmonia. Custava-lhe de lá voltar sempre, pois aí estava plena, em casa. Era vista e ouvida por todos, não que precisasse de tal, tudo era natural, envolvente, cheio. A relação telepática e nutridora de tudo com tudo era a essência do paraíso para onde ia todas as noites. Custava-lhe pois acordar e o embate do frio, da distância que encontrava aqui.

E também isso era Amor! O Amor a dizer acorda, desperta, relembra-te que há o outro lado do véu. Trá-lo para aqui. Recorda que está nas tuas mãos.

Não há necessidade de nada. Porque achas que te faz falta?

Esqueceste. Precisas de acordar-te. E aí, inteira em ti, poderás servir-te e espalhar a boa nova aos demais. E aí cada um cheio de si e inteiro poderá  permitir que o Amor percorra e atravesse todas as veias. E esse trabalho de maestros andamos todos a fazer uns com os outros sem que disso tenhamos sempre consciência para despertar. E dizer, recorda-te eu sou tu e tu és eu.  Através de ti recordo-me que levo Amor dentro e que tenho de o Usar em Mim... e cada vez que acedo e o vislumbre vai-se tornando mais forte e consistente mais me vou abrindo em Permissão.

E abrir em permissão é Amar. É tirar as capas da proteção. É ir, com a coragem, amor, vontade que a vida te viva. Sem te importares com o que vai acontecer a seguir, se vais cair, falhar, desiludir, magoar ou se te vais divertir, amar, vencer. Vais, segues, avanças porque  é o Impulso de Abraçar os Convites. E isso é Amar cada pedaço de chão, de mar, de vento e de sol. É Amar cada pedaço de pele, cada sopro, cada beijo meu em cada alma que encontro e consigo reconhecer e reunir em Mim.

Do que é feito o Amor?

Da sacralidade que consigo reconhecer, das lágrimas que deixo cair, da minha cegueira e miopia, dos desencontros e encontros... da chama que me chama e se quer reunir.

A fonte sempre procura a sua fonte.

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