A pular a cerca

 


Tanta gente a querer pular a cerca e... ela está ali diante da cerca. A cerca atrai-a, acaricia-a. E ela seduz, a cerca, assim descaradamente.

Gostava dos ditados populares e das reflexões sábias: "A melhor maneira de nos desfazermos de um inimigo é fazer dele um amigo", "Inimigo é um amigo tardio". E o que diria a cerca?

Que cercas visíveis e invisíveis teria de pular para se poder cumprir? 

Mas antes de as pular queria seduzi-las, penetrá-las. O que estavam ali a fazer? Até ao momento protegeram-na. Foram importantes para a sua sobrevivência, para se apoiar.

Elas contavam histórias, protegiam, definiam limites. Falavam dela. Das suas raízes, da sua cesta cultural.

E pular a cerca seria também um ponto de fuga, quer escapar, "livrar-se" da cerca e destrui-la. E tudo o que queria neste momento era ser a Cerca.

Sentir-se cerca, a sua utilidade, estética, forma, fundir-se nela. Integrá-la em si. Fazer o amor com ela, comungar e torná-la na sua melhor amiga.

Sabia que as palavras eram energia a ganhar forma cada vez que as proferia. E ao dar azo a criar uma história abria a todo um mundo de imagens mentais que se compunham em frames a cores com cheiro e som. E a partir do momento em que as formas se geravam vinham as primeiras impressões e identificações. E se não se vigiasse na circulação das formas, tornava-se escrava dos seus próprios pensamentos.

E aí via-se cercada pela cerca dos pensamentos que pairavam na sua mente. E quais seriam as cercas mais intransponíveis?

Aquela a que desse força, tempo e energia.

Que cercas queres e tens de pular mesmo?

É que a liberdade tem muito pouco a ver com limitações físicas.

E o CONfinaMente é mesmo isso, olhar para como a mente teco ntém ou como tu a conténs?

E o que fazes com essa Energia.... ficas no Queres, querias ou CRIAS?



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