O tecto cá de casa


 Hoje pus-me de barriga para o ar. Resolvi fotografar o céu cá de casa. Saber que ele todos os dias muda e apresenta formas novas... dá-me liberdade para que a minha forma também possa mudar. Aliás... lembra-me que não dá para ficar no mesmo sítio durante muito tempo.

Até o raio dos telemóveis e do computador, todos os dias pedem atualizações. E ainda que me possa irritar com as notificações constantes.

Quem na verdade é notificada sou EU! A fazer a atualização diária. A permitir-me sair do lugar. A soltar as velhas funcionalidades do sistema. É que este veículo tem alma e ambos têm de andar de mãos dadas. E para ser inteiro é alinhar o chackra e os condutores da malta. 

É que o pensamento ainda que não seja matéria, é energia que influi sobre as emoções e  imprime no corpo físico. 

Repara o que se move ou o que não se move na tua fisicalidade.... para perceberes o que te vai na cabeça e vice-versa. 

E se temos tantos automatismos, também temos gatilhos que podem servir de lembretes, para nos Acordar.

Gosto de olhar para o Céu. Para as nuvens, e alimentar a minha imaginação com as formas. Gosto de usar as palavras, os objetos, os encontros, as figuras, as palavras soltas que apanho na rua e que voam assim pela brisa e vêm até mim. Uso-as dentro e fora do contexto, reutilizo, reciclo. Há quem o faça com objetos, com matéria. Eu cá tenho jeito para o bricolage da imaginação. De juntar palavras, cores e brincar com as formas.

São encontros, sem hora marcada e desde sempre combinados pela Ordem Divina, que nada deixa ao acaso. E diz que parece ser um coração desenhado na nuvem fotografada, dentro de outro coração. Um cinzento pequeno, dentro de outro maior mais branco. Podem ser os meus olhos, e talvez os teus também possam reparar, já que a sugestão ficou feita.

E se não vês não tem mal. Segue apenas a minha trip. Ou então cria a tua. Porque não? A imaginação não tem limites, por isso abre-a para continuar a ver mais possibilidades.  É que a natureza é a maior obra de arte que conheço em contínua criação. E somos natureza dentro da natureza. E natureza cura natureza. Curemo-nos então. Que é voltar ao coração.

E hoje resolvi pôr um olhar mais atento à minha natureza. E ela acompanhou-me todo o dia em presença. Os altares cá de casa encheram-se de flores. E a fragância a alecrim paira no ar. A maresia ainda percorre a pele com sabor a sal. O verde das plantas acompanham a decoração da casa. O chá de alecrim aguarda-a para que se banhe por fora e por dentro. A conversa sobre plantas medicinais caiu-lhe no regaço e veio ao seu encontro, num live delicioso com o João Beles, naturopata, apanhado no instagram. Coincidências, diriam alguns, Eu chamo-lhe o sopro divino. A vida sempre nos sopra com partículas sagradas a todo o instante. Estamos atentos para receber?

Quando estamos, apreciamos. Recebemos. Damo-nos conta. E tanto é o mimo e nutrição que recebemos de tantas e todas as formas. Agradeço ao tecto cá de casa por me abrigar e me abrir os horizontes para as várias tonalidades, ritmos, velocidades.

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