O Recurso

"Não há escassez de recursos, há escassez de consciência." Esta foi a frase que escutei do místico Thomas Hubl.

Gosto de refletir, de questionar e acima de tudo sentir o que vai dentro. Há vazios que atormentam e desassossegam e que se querem rapidamente preenchidos.  Daí a fome por consumir. De insistir na falta, na ausência.

Há um querer. Fomos ensinados a ambicionar, a esperar, a planear, a definir estratégias. E a gastar e desgastar a energia na criação dos empreendimentos. Há uma subtileza que nos denuncia, que nos devolve às "faltas" que levamos dentro. Que nada mais são partes que precisam de ser vistas e iluminadas. Há inconsciente que vem à tona para nos ocuparmos mais de nós. Tantos pontos cegos.

E a magia acontece quando permitimos que suceda. Não há nada que buscar. Há que prestar atenção aos encontros para escutar o passo seguinte e sair do rol da repetição do ontem.

Ainda acho que não tenho os recursos e que os tenho que buscar fora. E quando em mim estou descubro que já estão. Eu sou o recurso, a fonte, a energia, o remédio, a medicina, a cura. O que se queira chamar.

E na dispersão do ruído lá fora, das sensações que serem acalmadas fugimos das sensações que se destapam. O não saber ocupa um lugar de destaque. E agora não sei lidar com este novo, tenho de me proteger. Não sei lidar. E nessa aflição do querer responder, lidar e ter a resposta afiada na ponta da língua para se safar da situação, não se escuta.

Respirar é preciso. Para que o sentir tenha espaço. Criar espaço dentro. É abrir o peito e desenvolver a habilidade de responder à vida.

Há um peso inerente à responsabilidade, quando desenvolver a habilidade de responder à vida com mais presença e substância é a coisa mais mágica e maravilhosa que podemos ter, ser e estar.

Expandir a habilidade de responder. E não são conceitos novos, mas as capas que caem e os véus que se desnudam para trazer mais claridade ao olhar, faz a diferença. Há uma integração nova que se faz na pele. Uma nova afirmação e assertividade dentro que transforma todo o sistema celular e cria um padrão diferente.

E nem se precisa definir o que se soltou, o que saiu, o que se resolveu. O passado já foi. Importa que há um olhar renovado. E uma nova vida por viver. Já que as lentes estão mais ampliadas.

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