Não desistas de mim

 



Tantas são as vezes que jogamos a toalha ao chão. Que se passa um certificado de incompetência e invalidez. As desculpas para não sair do sítio.


O que fiz? A culpa. O arrependimento. A palavra mal dita, a faca espetada, a farpa enviada. A mão não dada no momento... as falhas, os fracassos.

Onde foi que me esqueci de mim?! Onde me perdi, algures no caminho?

E aí ficamos a indagar. A querer compreender, os quês e porquês. O que correu mal? Em que estrada me perdi eu? Será que se for lá atrás mudar a direção da seta, da curva, do caminho altera alguma coisa?

Os feitos são os feitos. E o que passou, passou. E tantas vezes seguimos aprisionados a uma memória que já foi, acorrentados ao passado. Há que deixar ir, soltar. 

A única coisa que tem de regressar do passado és tu. Traz-te de lá, para aqui, para agora.

Achas que perdeste o tempo, que podias ter feito diferente, e os ses.... e nessa ladainha continuas lá atrás. Ao quereres corrigir, perceber, o que fazes é manter-te lá atrás.

E sim, há que olhar, assumir a responsabilidade. Sem desculpas, nem com licenças. E em vez da carga, traz a lição.

E quando te trazes estás a dar-te uma nova oportunidade. A de seguir na vida e continuar, avançar. É para a frente.

E quando te levas inteiro com o teu peso correto, o do presente, podes manifestar e contruir o novo. É aqui que estás. Permanece. Inteir@. Em ti.

Parece fácil?! E é. Mas para isso precisas de olhar-te, com honestidade e perceber que cargas são essas que levas aos ombros e que te impedem a total presença.

Os medos que fazem proteger-te, que te enchem de desculpas para não iniciar uma mudança, um novo trilho. Observa as desculpas que te dás para continuares a adiar. 

Não estou pronto. As circunstâncias que não são favoráveis. É o outro, o espaço que não permite, a falta de tempo, dinheiro, vontade.... Nomeia a tua desculpa, o teu sabotador.

O ainda não que te impede de agarrares a vida a 100%. O que ainda estás  a "aguentar"? Ouço tantas vezes a expressão "tenho de aguentar", já investi tanto aqui, que agora tenho a esperança, a expetativa que determinado feito, evento vai mudar o desfecho da história.

Quando tiver o carro, a casa, o curso, o trabalho, a relação, os filhos... quando... vou começar a ser feliz, a ter tempo para investir em mim.

Até quando te vais empurrar com a barriga, e a adiar-te.

O tempo é agora. Escuta aquela voz que tens aí dentro e te diz "Não desistas de mim".

E essa voz tantas vezes grita em forma de lágrimas, tristeza, raiva, irritação, desespero, na agitação do sono que não vem, na dor de barriga, na frustração.

Queres mais exemplos?!

Há o sacrifício. Há que aguentar, e os espinhos, e o esforço e a dureza... não se pode. A realidade é dura!

E o que será mais duro?! Aguentar a frustração e a prisão que levas dentro 😟😠😖😢😵


É PRECISO DEDICAÇÃO! Dedicares-te a cuidar para que possas ir escutando a voz que levas dentro. E nada tem de fantasia, nem de esforço. Soa-nos a esforço a falta de hábito e disciplina de ficar em nós.

A tendência de correr para fora, de nos dispersarmos e distrair, o sonambulismo e dormência pode dar a aparente ilusão de que se descansa e que é cómodo. E sair do lugar parece dar trabalho. 

É que estar despert@ exige presença. E se no início parece que é esforço, quando treinas e dedicas percebes que estás mais viv@. Que há uma nova qualidade de energia e vitalidade.

Não importa o que foste. O que fizeste. Os teus feitos não te definem. Enquanto houver vida em ti brilha a centelha divina. É que és Amor, independente de quaisquer atrocidades que possas ter cometido. Se te recordas regressas a ti, reabilitas-te e reabitas-te.  E isso é ocupares o teu Lugar, quando te ocupas de ti.

Que nada te defina ou exclua. Não és santo, nem diabo. Estamos a aprender a ser humanos. Em ti tens uma boa pessoa, generosa e também uma má pessoa, cabrona. E atravessando todos os génios que levas dentro, amando-os, incluindo-os... vais neutralizando, deixando de querer seja o que for.

E se te respeitas, respeitas.

Não desistas de ti, seja quais forem as circunstâncias que tenhas passado. O que quer que tenhas feito, não te pises, não ponhas mais carga, mais culpa. São as experiências de crescimento. Não te julgues, não critiques, não te rotules.

EU VEJO-TE! EU ACOLHO-TE!

EU SOU AMOR, LUZ E PAZ, ASSIM COMO TU E TU! SOMOS!

E SEMPRE QUE ME RECORDO, RECORDO-TE! E REGRESSO A CASA!





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