E a alegria acompanhou-a durante todo o dia... Ela já sabia que sempre que relaxava e se permitia tudo fluía, porque permitia que a vida a atravessasse, e dava-se conta tantas vezes pela sua vivência que assim era, mas ainda assim continuava a surpreender-se. Talvez porque ainda era invadida pela rigidez do ego, de querer estruturar, medir e preparar tudo by the book para que pudesse ter um fio condutor e alimentar uma certa "ilusão de segurança".
E à medida que caminhava o caminho reforçava a importância de relaxar, deixar-se ir.
E quando nada se espera, tudo se recebe e tantas maneiras. Permitires que a vida te atravesse e para isso tem de encontrar disponível.
E o que é isso estar disponível?
É esvaziares, teres espaço dentro, libertares a tua mente de expetativas, conceitos e ambições. E temos dentro tantas identificações, crenças e hábitos enraizados que nos conferem tantos automatismos na forma de ser, estar e fazer. E não é acordar um dia e fazer um reset, seria bom, diriam muitos, contudo parece ser uma meta impossível... tudo é um processo, uma caminhada, que começa por uma tomada de decisão. E é ir abrindo, soltar, desapegar. Esse libertar desassossega por vezes, outras tem um sabor de leveza extraordinária, mas tudo necessita de um tempo para que se acomode. E é ir seguindo, a ceifar as ervas daninhas que vão crescendo à nossa volta, porque soltamos e há uma tendência a querer preencher e voltar a pôr algo no lugar.
E mais do que qualquer querer é definir a direção, colocar a intenção e observar as propostas que a vida vai colocando para que aprendas. Para que vejas como se mostra a tua personalidade, para que a aceites nas vertentes que "consideras" boas ou más e que também elas não te definem, mas que fazem parte, e que estão lá para que as incluas e integres.
E se não te defines pelo que a tua persona te vai revelando, podes relaxar. E o que se passa fora vem para que aprendas, para que recolhas informação e deixa de ser pessoal. Assistes-te como observador/a de ti mesmo/a, ainda que participes também. E apercebes-te que o emocional e mental deixam de ser os teus condutores, tens ativado o observador/a interno e os teus olhos passam a ser outros, e consequentemente a tua perceção.
E deixas de querer controlar a vida e a permitir que a vida te viva... que seja ela a dar-te o briefing e a direção. E relaxado/a permites que a vida te atrevesse, porque te rendes.
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