Os planos... sempre os planos que se querem em cima da mesa, bem planeados e engomados. Assim se ganha a ilusão do controlo sobre a própria vida.
A agenda acompanha-me, agora para anotar os passos que vou dando, para me recordar. E no plano sem plano a vida vai levando. Com ajustes e sem ajustes. E há agenda que se cumpre, outra que se atualiza, outra ainda que aparece, assim no repente.
E aquilo a que a lógica chama imprevisto, aquilo que não foi visto com a devida antecedência é o repente. É a vida que brada, que chama.
E ela que tinha tanta organização e agenda e apontamentos e disciplina... já que de outra forma perder-se-ia na maionese... consegue extrapolar e recriar a agenda. Cumpre os prazos, as tarefas. Mas vira-as de cabeça para o ar. Faz horários que não lembra a ninguém. Faz. Precisa de se quebrar. De alterar as formatações. De se virar do avesso.
Isso estimula-a. E se se acha extravagante... eis que a vida lhe chama menina e dá-lhe mais umas cambalhotas para a sacudir.
E ainda agora aterrou e já é para ir novamente?
Para onde? Mas e já tinha resolvido o assunto, fechado a pasta. E virado a página. E eis, que vem a vida soprar-lhe ao ouvido. Olha que não. Vamos lá mais uma voltinha no carrossel.
E mais devagar, não?!
Não!
Como é que se cresce? No rodopio, no movimento, nos repentes que vêm sem aviso prévio.
Como te aguentas?
Será esse o desafio.
Aguentares-te, suportares-te no teu próprio drama e neuroses. E se quebra é sinal que é para reconstruir. E nas voltas criar novas voltas.
E descobrires no fim, que sempre te aguentas.
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Cuspidelas