E a Tv ligada na National Geographic passava a série de "Girls Power" e entre pássaros, peixes, moluscos, primatas e leoas... desfilavam nas imagens em movimento para revelar as diferentes formas de vida, de seduzir, acasalar, caçar.
A estratégia sempre presente na fêmea que elege, escolhe. Ora só, independente, ora em cooperação. E a resolução de conflitos entre primatas de uma espécie qualquer que não me recordo, era fazer sexo, sem distinção de género. Instintivo ou Inteligência? Vale a pena questionar.
E assistia à Vida Selvagem, dos irmãos maiores enquanto escrevia, meditava e lia. Havia uma certa impertinência dentro... precisava de explorar, de se aventurar. E quando assim era virava-se do avesso, trocava-se as voltas.
Desarrumou livros, releu poesia, permitiu que a música tocasse todo o dia, apagou quadros e foi pintar de novo. Nem mal, nem bem.... apetecia-lhe desconstruir. E para isso tinha também de destruir.
Destruir o conhecido. Suster a respiração. Despir a roupa e colocar os brincos, maquilhar-se e pintar as unhas dos pés.
E escutava atenciosamente cada pedido e respondia a sua majestade. Cheia de graça da sua graça. E curiosa esperava atenciosamente pelo passo seguinte.
Vinham-lhe ideias. E ria-se também. Achava-se piada. E telefonemas recheados de boa disposição e de ovelhas que assaltam a horta da amiga. E os talentos que se descobrem ao permitir que actos de magia aconteçam.
É abrir os braços e os abraços para acolher a criança curiosa que explora pela vontade de experimentar. Vamos fazer a magia de fazer acontecer. E as poções mágicas partilham-se no silêncio em cada olhar e sorriso, pois que está gravada na pele que vibra. E não antídoto ou vacina que possa excluir ou evitar que o Amor e Alegria passe de coração a coração.
E ainda que possa haver o momento de tristeza, de calmia e aparente quietude... a fragância sempre corre e vem a brisa, sempre vem a brisa empurrar e abrir os cheiros a mar e a flores.
E não é que o vestido laranja era de flores e colocou-o depois de tirar o mar salgado da pele. E o perfume escolhido foi de flores.... não que tivesse premeditado e apenas se deu conta agora, enquanto escreve. Quis a brisa que passou neste instante recordar-lhe.
E o que é o instante se não o Recordar do que É. Um vislumbre, uma centelha, um sopro divino da Graça.
E folhas em branco receberam cor, de letras e de formas abstractas. E dentro mais palavras e sons correram na caixa mágica da tela, fazendo-a criar novas formas. E na roda viva, sentia-se viva e cheia de Graça!
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