E quando a vida convida e tu vais.... E uma porta fecha-se e abrem-se tantas outras janelas. Ela gostava de surpresas, contudo havia surpresas que atordoavam.
Quando o que está fora de questão se apresenta de fininho e te vem derrubar todas as certezas e mostrar que nada se controla. E claro que o que é externo é incerto e ainda há a consideração de que se controla o que está dentro e a forma de responder.
E descobres que há todo um ser que se desenrola dentro que estás constantemente a conhecer. E quando achas que conheces a peça que vive dentro de ti e ela te continua a surpreender, é mágico. É um quebrar constante sobre as ideias que se vão formando sob si mesm@. É permitir ser-se descoberta e aceitar o mistério que se é.
E à medida que a permissão se abre para o ser ser, a espontaneidade, a pureza vai revelando-se. Há presença e aí o lugar para o certo e errado não existe. E o corpo abre-se e o sentir e a presença desfruta.
Não é preciso significar, definir. Não tem de haver resultado, ou objetivar seja o que for. E manter-se nessa abstração é a maior aventura que a surpresa pode trazer e permitir-se permanecer aí.
E as surpresas emergem sob tantas formas e sentidos. A manifestação do corpo físico que resolve antecipar o fluxo. Os convites, as chamadas, os passeios, os encontros, os desencontros, as palavras, os gestos. A agenda virada do avesso. As manifestações de afecto, as erupções.
As novas formas de receber, as novas formas de se dar. E ser-se surpresa é nada esperar. É atirar por terra todas as expetativas, formas, limites e limitações. E abrir, abrir para o instante que se mostra.
E exploradora, reconhecia a criança mágica. Na pureza do não saber permitia-se aprender sob todas as curvas da pele, percorrendo as gotas do seu suor.
E alargava a visão. E à medida que desenhava percebia que já não precisava de encher o papel de cores e formas.
Começava a apreciar melhor a simplicidade dos traços, dos espaços vazios.
E apreciava melhor ser surpresa de si para si.
Comentários
Enviar um comentário
Cuspidelas