E a mente custava a acompanhá-lo. Às vezes tinha de lhe dizer abranda para que te possa decifrar um pouco.
A criança desperta cada vez mais se afirmava a liberdade de cumprir a sua vontade. A adulta dizia-lhe tantas vezes sê séria, para que te levem a sério.
E por dentro queimava no conflito entre o dever e o ser. E o que seria certo. Até que a pouco e pouco ia largando as velhas amarras. Serviram-lhe... mas agora já não precisava delas.
Porque haveria de querer que a levassem a sério, se ela estava a aprender a deixar de ser séria?
Estaria num contrassenso. Na leveza de ser, no resgate do seu estado puro da brincadeira, da diversão, queria pois afirmar-se aí, na sua habilidade de criar e recriar, de brincar com as formas e aprender e ensinar a brincar, a divertir-se.
Trouxeram-lhe crianças para perto para que ela se pudesse recordar que brincar é a coisa mais séria a desenvolver. A explorar e divertir-se com as circunstâncias que a vida traz e leva.
E cada dia se lembrava um pouco mais, e relaxava. Podia receber-se um pouco mais, no que já é, mas que a falta de vista, de ouvido e de presença a faziam distrair e dispersar.
E no instinto nasce a ligação à matéria, ao sentir, à intuição. E na ligação da matéria e do espírito permitir que o desejo se manifeste, aprofunde em vontade e força de vida e se renove para continuar a criar.
E posso dar tantos nomes à Diversão: caminhar, dançar, pintar, sexo, meditar, conversar, comer...
O natural é puro. É simples, é natureza em movimento. E permitir que as diversas versões surgem e desfrutar de cada momento.
Estar em ti e contigo, com as várias versões que emergem... com a curiosidade e sendo bom anfitrião / boa anfitriã para o que venha.
Acha-te e de preferência com piada :P!
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