Para onde me levas



Para onde me levas coração? Mentes ou sem mentes?
Pancadinhas nas costas que me levam a racionalizar o sentir que sente e teima em controlar o sentir.

Como numa peça de teatro, olho para o protagonista do elenco e analiso todos os seus movimentos. Todo o sentir que o protagonista me transmite é percepcionado e desconstruído. Barreiras ténues entre a percepção e razão...

E eu rio para mim e com o protagonista do elenco que olha para mim e topa o meu olhar que interfere na sua acção. Não que ele deixe de representar, mas a sua acção fica condicionada pela minha razão, sendo pois difícil de distinguir o que é intrínseco e extrínseco.

Agora paro e apenas olho, sem querer perceber, pois fui apanhada na minha própria armadilha. Sigo os seus movimentos que por magia me enfeitiçam e me elevam na sua dança. Sinto-me levada a participar e entrego-me ao sabor do movimento e do som.

Deixo de ser espectadora e participo na peça, aquela que desconheço o fim, mas que me enleia para continuar a vê-la progredir para onde tiver de ir.

Para onde me levas... não interessa. Interessa que eu vou com vontade de ir, seguindo, trilhando caminhos novos, que estão ali à espera que os pise.

Estou aqui ;)

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