Um docinho...



Quem nada não se afoga, nada. Nada para algum lugar, esbraceja para chegar a algum lado. Nada apenas. O que é que eu faço com o nada? Desfruto ou apenas mantenho-me à superfície para não me afogar? E se me afogar? Fico no fundo do mar, torno-me um peixe ou comida para peixe?

Hmmmm. Dir-me-iam, enlouqueceste. E depois? Não posso enlouquecer? Bandalhos que escravizam e nos ditam o que está certo e errado.

Quero andar nu a passear pelo jardim, sentir o vento no meu corpo e ouvir os passarinhos. Também eles andam nus e ninguém olha para eles com discriminação. Quem foi o fulano que inventou a roupa. O que é que lhe deu? A roupa prende os movimentos, envolve-nos de máscaras, esconde a beleza e a fealdade. Coitadinho, devia ter medo de alguma coisa para precisar de roupinha para se esconder.

Ok, ok. Agora vão-me contar o blá, blá de que o clima o frio e o calor condicionaram o Homem a ter que arranjar formas para sobreviver perante as intempéries. Muito giro. Também me ensinaram essas coisas, assim como a criação do mundo do peixinho, do macaquinho e tudo e tudo. Mas eu não estava lá, não sei não vi, contaram-me. Aliás fizeram-me decorar essas coisas como se de um acontecimento importante para a minha vida se tratasse.

Olha que boa, quer dizer na minha vida, estão sempre a dizer-me bola para a frente, águas passadas não movem moinhos e para a frente é que a caminho e tal. As tais frases feitas giríssimas que nos empurram para a frente. Ah! Outra gira. Vais ver que amanhã é outro dia, estará tudo melhor. Pode ser que faça sol.

Então e porque raio é que nos espetam com os homen sapiens, e os peixinhos e os dinaussauros? Muito importante saber as origens das sociedades. Eu vim da barriga da minha mãe. Hoje sei que estou aqui, amanhã? Se acordar logo vos digo se estou cá ainda.

Entretanto quero lá decorar as origens, as causas, as consequências, onde estive para onde vou. Hoje sei que quero estar aqui, amanhã logo se vê.

Certo ou errado? Porquê?

Mas não espera. Há uma explicação, tem de haver. Se há milhões de livros escritos, respostas às mãos cheias têm de haver também. Já alguém escreveu sobre isso. Caminhos facilitado talvez. Dá vontade de escrever um livro sobre o tema. Eu teria palha a monte para escrever. Eu gosto é disto. Dêem-me palha para escrever. Depois vem aquela parte de andaste às voltas e não disseste nada, fugiste ao tema. Mas e não será o nada muito?

Depende das perspectivas. O que é válido para mim, pode não ser para o outro. Qual a perspectiva certa e a errada?

A minha de certeza que é certa. Bonito duas certezas reforçadas na mesma frase. Isto é que é ser acertada.

Mas e se tiver errada? Uai, agora é que entra o inferno, o pecado, o mal, o injusto. O purgatório, serás condenado por tudo o que fizeste. Agora digo que feio, sim porque agora tenho que adequar o discurso à negatividade. Vou sofrer porque errei. Sou muito mau.

Ora boa com qual das duas hipóteses é que fico? Hmmm.

Vamos fazer de contas que o certo é um pastel de nata e que o errado é uma cervejinha fresquinha. Agora dizem-me o que é que preferes o pastel de nata ou a cerveja?
Pergunta difícil para a comilona. Mas depois de muita análise, de dias a fio a salivar decido epá o doce e o amargo até combinam. Posso saborear o docinho do pastel de nata com o fresquinho da cerveja que até mata um pouco a sede do doce. Digamos que esta mistura é capaz de ficar um pouco agridoce.

Agora dir-me-iam, “ganda cagada vai sair daí”. Provavelmente sim. Mas e depois? Não há nada como papel higiénico macio a limpar o rabinho. Fica como novo. Provavelmente mais limpinho, lavadinho e leve. Ele foi criado mesmo para isso, portanto tem de dar o rendimento, mostrar trabalho, cuidar da digestão do seu corpinho.

Podia ficar aqui a noite toda de roda do texto. Sinto-me inspirada e estava a pedi-las, mas como falei em comida, não há nada melhor do que uma mousse de chocolate agora ao deitar. Copinho de leite? Nãa, já passei essa fase. O meu estômago é muito fraquinho para o leite, eu é mais bolos.

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