O que eu gosto

Gosto de labaredas,
E de um banho de água fresca

Azeitonas com pão
Doce de abóbora com requeijão
Melão na praia

Pé descalço no chão
Areia nas mãos
Construir piscinas de areia

Acariciar a areia como se fosse barro
Gosto das conchas e das pedrinhas disformes

Gosto de cantar sem encantar
Cantarolar as músicas cujas letras não sei
Mas gosto de inventar
À minha maneira

Dançar quando apetece
sem nada para apreciar
Bater o pezinho e abanar a carola

Gosto de fazer caretas
e Arrotar

Dormir de papo para o ar
Ressonar e acordar com o meu rugido

Gosto de rir
Gosto de ser caquenha
Gosto de coisas sem sentido
Gosto de dar sentido aos diferentes sentidos
Gosto da parvoíce

Viajar pelo mundo fora,
conhecer toda a gente sem conhecer ninguém
Gosto de olhar para as paisagens e descobrir o que está por detrás

Queria saber do que o mundo é feito,
O que está no fundo do mar
Onde acaba a areia da praia e o que está lá por baixo

Queria tocar no céu
Fazer desenhos com as nuvens

Gostava de trocar as voltas às voltas
Uma árvore no mar
Um peixe na terra

Levar o sol para casa e dar-lhe de comer
Ter um pássaro que me levasse a passear
E um elefante como amigo

Que o tomate falasse comigo e me explicasse a sua forma de viver
Gostava de não precisar de falar
Como o meu cão
Cheirar o que me apetece
correr, saltar, e no fim dormir no chão

Gostava de encontrar as palavras que dizem tudo
E no fim gostava de as poder jogar todas fora.

Comentários

  1. ooohh :) que bonitinho...

    o melhor mesmo é o tomate explicar a sua forma de viver... pergunta-lhe e depois conta-me ehehe

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