Are you talking to me?!


Tantas palavras que nos aprisionam. Tantas palavras que nos libertam. Como é que um símbolo abstracto que representa uma linguagem tem um poder tão paradoxo. A mente que mente, que nos cria ilusões acerca da percepção que temos de nós próprios e nos dá a percepção acerca do que nos rodeia.

Pré-conceitos que nos limitam e condicionam a forma como vemos o mundo. Ora nos incluem, ora nos excluem.

Parece uma equação tão simples de solucionar. Mas torna-se tão complexa, quando não conseguimos o distanciamento suficiente para nos colocarmos enquanto observadores de nós próprios e nos sentimos enredados pela própria armadilha que criámos.

Quando estamos do lado do observador, parece-nos simples a solução,demasiado óbvio até, e no impulso das palavras tentamos descortinar o enigma, mas o envolvido está tão enredado que não se consegue distanciar e alongar a perspetiva para sair da sua teia armadilhada.

Entre os diálogos aturdidos onde ecoam os sons que se diluem no ar, misturados com o fumo dos copos, o tilintar dos copos e das garrafas que preenchem o espaço, fica a troca, a interseção e resquícios que desaparecem fugazmente, ao mesmo ritmo com que um cigarro se consome até terminar o seu ciclo de vida.

Tudo nos foge entre os dedos... nem a própria vida se pode agarrar, na constatação inevitável da sua efemeridade. E como tentamos desesperadamente controlar cada gesto, para nos sentirmos senhores da nossa vida e quiçá da vida de mais alguém.

Nada está fora de nós, sendo que se não conseguimos controlar o nosso estado emocional, se hoje acordo triste não tenho como mudar de canal e fazer de conta que esta emoção não existe, como vou controlar as situações exteriores que me ocorrem?

A nossa escolha, o livre arbítrio está na forma como escolhemos agir perante as ocorrências que nos chegam. Fácil? Era tão bom que perante o que nos acontece conseguíssemos sempre simplificar assim....torna-se-ia bem mais fácil e menos doloroso! Mas também isto é uma aprendizagem.

A vida é feita de trocas, de partilhas. Quanto mais te deres de coração, mais recetividade vais sentir como retorno. Ama e esse amor ser-te-á devolvido. E há tanto medo em abrir o coração e deixar-se ser, sem mas nem porquês. Temos dificuldade em nos aceitarmos verdadeiramente, em respeitar a nossa vontade.

Tudo seria bem mais simples... se... sempre os ses.
Toca a mudar a condicional para o presente, para o aqui e agora!

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