Despertar



Despertar!
O sol já raiava bem alto, o relógio ditava as horas a um ritmo acelerado. Estava-se tão bem no aconchegante leito que dali não apetecia sair.Mas eis que o apertar das horas faziam-na saltar da cama e preparar-se para o dia que já há muito começara. Não que lhe custasse encarar o dia lá fora, mas estimava o estar recolhida no seu casulo.

Quando finalmente se esperguiça para o mundo e lhe diz um tremendo bom dia, esquece-se do prometido. De sorrir de si para si e cumprimentar-se ao espelho. Mas prepara-se como uma boneca, porque lhe apeteceu e sorri para o mundo inteiro como se para si estivesse a sorrir. Mas de um sorriso tão grande que coloca todos por quem passa a sorrir também. Gargalhadas espontâneas que teimam em não se quererem calar. Parecia que não ria há muito, ainda que o riso faça parte do seu cardápio, pois ria que nem uma desalmada. Por tudo e por nada.

E como se não bastasse, hoje parecia mais desajeitada do que o comum dos dias e isso fazia-a rir também. Apetecia-lhe brincar. Trocou as horas ao tempo, como se também com ele quisesse brincar. E ele riu-se com ela.

Diversão, pura diversão. E também isso é despertar. Acolher os momentos inesperados, chorar de rir, aceitar convites inesperados, ter gestos inusitados e sorrir, porque isto é vida. O movimento que se move, com a esperança de um novo acordar que há-de nascer no dia que se segue.

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