A magia do papel branco


Pedaço de papel,tão pequeno que não consegues conter todas as palavras e em simultâneo tão imenso, que as palavras se afogam no teu leito.
Quero-te ganhar ao mesmo tempo que te quero perder. A tinta escapa-se entre os dedos, nesse objeto andante que vomita palavras sobre o papel como se de uma dança se tratasse.

Não me serves, ainda que tenhas a magia de me servir sempre. És rico em histórias prontas a serem escritas ou até desenhadas. Tens em ti a capacidade de criar, de despertar a imaginação. Barco de papel, assim te transformas, dás forma a ti próprio, através das formas infinitas que tens de te recriar. Não te esgotas, esgotando-te no entanto ao formato que te é delineado. O limite esse é sempre infinito.

Por mais palavras, imagens e formas que assumas, serás sempre um papel branco pronto a ser imaginado até ao infinito, não cabe em ti os maiores conhecimentos e saberes do mundo. No entanto o mundo te contém. Mas continuas livre.

Livre para continuamente seres um papel em branco, para te reconstruires as vezes que forem necessárias. E isso tem algo de mágico. Serão sempre histórias, imagens e formas únicas e novas.

O papel branco tem algo de mágico... cheira a novo. está sempre em branco, como o presente que se revela a cada momento, para deixar de existir no momento seguinte. O efémero tem um cheiro a eterno que se renova a cada instante.

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