Fugir com o rabo à seringa



Palavras que marcam. Vozes que ressoam, e o eco continua cá dentro a vibrar.
E tudo o que mais quero é não ouvir, não sentir. Só quero que a dor passe. Que este episódio passe rápido para dar lugar a um novo mais bem enfeitado e colorido. Já que deste não gosto. Já está cá há tempo demais. E ouço em replay, já não me aguento ouvir mais. A mesma história. O mesmo cenário. Os mesmos dramas. E o raio do filme não avança. Caramba! Está na altura de comprar um novo DVD, uma nova TV ou mesmo mudar de CD. Como é que se faz?

Joga-se tudo ao ar? Faz-se uma fogueira com tudo o que já não nos serve? Parece simples e eficaz.... AHHH. Mas não resolve... é apenas jogar tudo para debaixo do tapete... sim porque sobram as cinzas e elas ficarão presentes até que as resolvas curar.

E mais uma vez... como é que isso se faz? Que a paciência está no limite.

Aceitar, perdoar e amar. São as palavras que ficaram marcadas depois das vozes. Tantas perguntas a que tenho de responder, tanto trabalho de casa, disciplina. E eu que achava que me andava a portar bem. E afinal arranjo sempre formas de me auto-sabotar, de tapar o sol com a peneira. A fuga está sempre presente para acalentar a dor e ver se ela não sai de rompão. Fiquei triste por perceber como lido com a realidade. Queria ser perfeita e não consigo.E em vez de me consolar, chamo-me nomes. Lá estás tu "cabrona" a fugir com o rabo à seringa (gosto muito desta imagem, pois imagino literalmente o rabo a fugir à seringa, experimentei, é giro, ahhhh). E sim ajuda imenso, culpar-me e fazer o papel da vítima e amuar comigo própria. Essa sim é a parte engraçada. Amuar! E quando amuo, fico apática e faço o drama.

Já me esqueci de metade das perguntas que me fizeste ontem. Ficou-me uma. "Se não tivesses medo, e não houvesse consequências, o que farias?" Há 3 anos atrás não sabia responder a esta questão, hoje já tenho mais vislumbres, e faz-me sorrir e diverte-me.

Mas o tempo é agora! Sim agora. Acorda. Lá fugiste novamente para o mundo da imaginação a curtir os teus sonhos, sem que tenha importância colocá-los em prática. Sim, porque tu divertes-te só de imaginá-los, sem que precise de mais. Mas sim é preciso mais... saíres do conforto da imaginação e colocar em prática. Sabes?! Fazer, concretizar.

E quando embato com a realidade presente, bloqueio. O que posso fazer mais? Como posso fazer diferente? Sinto-me como uma pescadinha de rabo na boca e já estou almareada de andar às voltas no mesmo sítio.

Enquanto não surge diferente e as ideias não ganham forma. Resta-me Aceitar, Perdoar e Amar e Agradece a experiência e tudo o que está a trazer para o meu crescimento, ainda que hoje não consiga compreender.

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