Reverência





Pedido de ajuda. Entrega ao alto. Seja feita a sua vontade. Frases estas que me têm acompanhado ao longo da jornada.

O largar o controlo, a vida tirar-me o tapete, sacudir-me de alto a baixo e reduzir-me a nada. A um pequeno pontinho, a tirar-me as rédeas e a colocar-me em situações para gerir, tratar, a ir buscar forças que achei não ter.

E assim é o ser humano. Forte e frágil. Sempre surpreendente. Quando falta coragem eis que ela vem, nem que seja na voz do outro que se afirma na tomada de consciência. E que consciência!

Sinto-me desarmada, em processo de digestão. No vazio. Entre o silêncio que cala, entre o silêncio que quer expressar palavras, emoções através de um corpo que tem vontade própria e que a mente não controla.

Não há nada para fazer, ainda que a mente se queira ocupar com as dezenas de tarefas que há para fazer e têm de ser executadas.

Não há sequer emoções e isso traz-lhe estranheza, por não sentir, não se sentir. Só este vazio e apatia de se deixar estar. Será insensível, não tem capacidade de se sentir?  E como ela sente tanto o outro... Aí identifica as emoções, vibra com elas, sente-se integrada. É família.

Percebe o quão importante é expressar-se o que sente, pôr cá para fora o que se sente. Libertar, soltar. Não importa se outro nos dá a mão, se nos compreende, se aceita ajuda. Importa que nos disponibilezemos, que façamos o nosso melhor, que a nossa vontade se expresse. Só assim podemos largar os pesos que nos aprisionam e amarram de dor o nosso coração. E estar em paz.

É tão bom cuidar, sentir que de mãos dadas nos apoiamos. Que a presença faz tanto,simplesmente a presença.

Isso faz-me sentir tão enternecida e grata. Leio também as tuas palavras de gratidão, sinto-as e questiono-me também quão grata também eu estou, não consigo ainda sentir essa gratidão profunda que vem de dentro e que me rende. Honro-te, reconheço-te como um ser extraordinário, grande,  lindo e generoso e por enquanto é o que sai...

Comentários