Celebro




Celebrar!

À medida que a vida passa ganhamos uma nova perspetiva sobre as palavras e o sentir. Como vivenciamos na nossa vida esse celebrar.

O querer já na ânsia de consumir a vida de um folêgo só fazia-me correr. Quero, conquisto, next... O intervalo nos "entres" não existiam, não eram sentidos e celebrados. O celebrar é sinónimo de festa, de alegria, de rejubilar. Hoje assisto-me e celebrar é ver o rio a correr o seu curso, indo com a corrente e observar. Simplesmente isso, observar e deliciar-me com o movimento.

Já há 2 dias que este tema "celebrar" me chama, e só agora encontrou tempo e espaço para escorrer. Não há euforia, não há tristeza. Há uma constância, há uma fé e rendição ao milagre que é a vida. Como ela se revela, como ela flui.

Celebro o que observo, olho-me e gosto de me ver.  Há um cansaço que me percorre por todos os poros, pela agitação de tanto por fazer e tanto feito. Há um contentamento por a cada momento dar o melhor de mim,  do dever cumprido, da vontade manifestada, da dedicação, do empenho. A noção dos limites, a noção da superação. A paragem, o movimento. A palmadinha nas costas que diz continua e faz mais um pouco, quando a preguiça tenta dominar. A mão que segura e acaricia e diz descansa agora, que bem mereces. E eu escuto e celebro, este rio que corre, este movimento constante.

Celebro a coragem. Celebro os sorrisos. Celebro os encontros. Celebro os abraços. Celebro este olhar profundo que me toca e me olha com um amor profundo. Celebro o amor que este olhar irradia na sua condição inevitável de ser o que é.

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