Ser

Um ciclo está prestes a fechar-se. As primeiras folhas já começam a cair, os dias são mais curtos. Uma nova estação se anuncia. Pede recolhimento, que as árvores se dispam e que deixem cair as suas folhas.

Assim é a vida em constante movimento, acompanhando os ciclos para que se cumpram. A natureza dita os tempos, as estações, para que nós humanos em perfeita sintonia e sincronicidade possamos também acompanhar. Afinal tudo o que está fora, está dentro. São as minhas partes.

Relaxo e rendo-me à condição de ser, de ir respirando. Não preciso de nada, não quero ir para lugar algum. Só consigo estar aqui, presente no aqui e agora, sem passado, nem futuro, apenas aqui.

É um aqui cheio de tudo e de nada. Há movimento, há respiração, há silêncio e barulho. O corpo que mexe, que pára. Há vozes, há latidos de cães lá fora, árvores que abanam. O relógio que bate o tempo e marca o compasso. Folhas de papel escritas, os barulhos dos eletrodomésticos, o carro que passa na estrada.



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