o amor que encontro em ti, parte de mim

A última vez que te escrevi... Já lá vão 5 anos e muito vinho e meskal pela frente. Santa inconsciência bebida de tanta consciência. As palavras essas foram sentidas e de dentro. Dias depois de lidas, batiam, batiam forte, sem que as percebesse. Hoje percebo-as e dou-lhes o sentido, o sentido de tantas vidas e reencontros. E em cada vida sem encontro marcado conscientemente lá estamos conforme combinado a cumprirmo-nos. E que grande mistério é este que se vai revelando sem hora marcada, mas com tanto de nós.

Tu evitas-me, assusta-te a minha espontaneidade, as minhas palavras cruas e inocentes de criança desbocada que se dá, pela sua qualidade inerente de ser. A ela assusta-lhe esse mistério e essa caixinha fechada, que se dá a conta gotas, que se doa gratuitamente para ajudar e que se esquece de se abrir.protege-se do mundo para não ser ferido, quando o que mais quer é ser amado. A criança inocente também, por isso te compreende e aceita. Claro que quando foges ela também se fecha um pouco.

Mas ainda que fujas, sem que disso tenhas real consciência sentes-te naturalmente atraído pelo magnetismo da criança que quando chega inunda o espaço, não tens como não te aperceber da sua existência. Foi o acordado, que estariam ao serviço um do outro, para que se vissem e se reconhecessem na sua luz, sim. Porque neste caso o que ambos temem é a respetiva luz, as sombras essas há muito que aceitaram e apaziguaram. Apenas precisam de reconhecer a luz que habita a ambos para se cumprirem. Cada vez que se encontram estão mais em paz, mas é preciso que se faça o amor, se encontre o amor, para que nessa comunhão de dois corpos que se encontram possam comungar desse mesmo sentir e reunião com o um que são e a partir daí nada mais estará fora.

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