És o reflexo do que tenho dentro

Nasci para amar, mesmo quando tudo o que via à minha volta era tão carregado de dor e pesar.
Vim com a herança da perda e das lágrimas. Nunca te conheci e mesmo assim soube amar-te.

Nem sempre foi pacifico, mas quem disse que amar era um mar de rosas? Muitas vezes me perguntei, porquê? Porque me abandonaste?

As tentações, como fui tentada a ter pena de mim, a descrer desse amor, porque queria presença, queria tocar-te, queria o teu abraço.

E a vida foi-me testando, pondo-me provas, para que eu visse com os meus olhos e sentisse com a minha pele o que era O Amor. Sempre me devolveu a mim própria, para que me amasse e sempre que me amei, tive-te, como condição inalianavél do meu ser.

Nada está fora, tudo está dentro. Verdades estas compreendidas, mas nem sempre sentidas. E hoje sei que as palavras que te digo, falam de mim.

Sempre me tive, e hoje sinto-me na pele. Aceito e aceito-te e por isso partilho-me, pois que o meu coração abre-se ao mundo, para que o contagie do amor que tenho dentro. Por vezes não o compreendo, por ser maior do que eu, por ser tão mágico.

E amar-te, parte de mim, continua a transformar-me a cada dia que passa. O infinito de amor que me inunda a pele, que me faz vibrar e a continuar desejar viver intensamente.

Faz-me bem estar comigo, o estar só, mas tão bem acompanhada de mim, deste mimo, destas palavras. Sim tenho saudades que minha pele se misture com a tua, do teu cheiro, de me perder nos teus encantos. É uma queda livre atirar-me para os teus braços e perder-me aí, sem saber o que vai acontecer a seguir. É também o desconhecido de amar, o saber-me perder, abandonar-me, comungar para que os indivíduos se desvanecem nas suas personalidades e renasça uma nova entidade fruto dessa entrega e rendição. Será por isso, que há tanto medo de se amar, pois é também saber morrer para o que se conhece, é entregar o controlo, é permitir que a transformação aconteça.

E sim, como tenho morrido. Primeiro nos teus braços que um dia resolveram partir e deixarem de estar para mim. Depois morri tantas vezes nos meus braços, sem ter ninguém que me socorresse. E sim quantas vezes quis pedir ajuda... Mas não estiveste lá para me amparar, não ouviste ou simplesmente não quiseste estar para mim. Não te condeno, foi a tua escolha, e talvez, o combinado. Mas, sabes só dessa forma percebi que tinha os meus braços para me receber. E sim, socorri-me, abracei-me, tomei conta de mim, rendi-me nos meus braços, confiei que era seguro caminhar no desconhecido. E assim vou caminhando, na certeza de que é seguro morrer nos meus braços, porque o Amor suporta-me.

Vou continuar a Amar-te? Sim! Certamente melhor, pois agora sei que não preciso de abandonar-me, logo, jamais te abandonarei. És o reflexo do que tenho dentro.

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