Transforma e Ama-te

Simplificar.

É com curiosidade que assisto às mudanças. Umas são tão subtis. O sol nasce todos os dias. Sempre a leste, mas todos os dias ele apresenta-se de uma forma nova. Mais ou menos à mesma hora, com intensidade diferentes. O mesmo com as marés e o céu que todos os dias e a todo o momento se desenha com formas novas. Reparas? É tão subtil. Andamos sempre ocupados com tanta agitação, tanta coisa a decorrer, que é difícil parar e ver.

E se assim é com o fora, como é dentro de ti? Reparas nas mudanças que te ocorrem em cada novo dia? O que está diferente em ti? Continuas em piloto automático a fazer, na agitação? Permites parar e observar-te?

As mudanças no teu discurso, na tua forma de estar, no teu corpo, como te alimentas, nas tuas rotinas diárias, como está o teu dormir, o teu silêncio, a tua respiração? Observas?

Tudo é muito subtil, mas a todo o momento estas mudanças estão a ocorrer. Detém a tua atenção consciente para ti, para quem és a cada momento e qual a direção que se desenha agora para ti. Mesmo que não reconheças, acolhe, acolhe-te. Tudo é passageiro.

E a vida pede que te transformes a cada momento. Tens duas possibilidades, ou aceitas ou resistes. Quando resistes parece que fica tudo complicado, gera-se o conflito e sentimo-nos a patinar em terreno escorregadio até sermos vencidos pelo cansaço ou pela doença, o princípio de algo que precisa de ser curado, que pede a nossa atenção.

Quando aceitas permites-te navegar por terreno desconhecido de braços abertos à vida, muitas vezes não sabes bem para que direção és levado, mas confias que estás no caminho, apenas te será revelado se continuares a percorrê-lo com humilde confiança. E vais saboreando cada passo como uma descoberta íntima de ti. Como uma relação amorosa em que vais nutrindo, abrindo-te ao outro, na surpresa do encontro e da união entre as partes. Aceitando os defeitos e as qualidades, o todo que é.

E haverá relação amorosa mais completa do que aquela que manténs contigo? A promessa é de uma relação para sempre, eterna, pelo que é bom que estejas presente, que a nutras, que a Ames. Que seja uma relação de Amor Incondicional. Só poderás amar o outro na proporção do Amor que tens por ti. E isso já diz tanto acerca de nós, de como amamos o outro. Se estamos apegados e à mercê do que o outro nos possa dar na relação, se exigimos, se controlamos ou se simplesmente amamos o outro no todo que é, em liberdade e desapego.

O qu ainda estou a exigir que me seja dado do exterior e que não sou capaz de dar a mim mesm@?

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