Gratidão

Defendo a prática da gratidão como um bem precioso para nos trazer para o presente, o aqui e agora e para apreciar o que temos na nossa vida, quer o bom, quer o menos bom, pois tudo tem o propósito de nos trazer lições.

A nossa mente tem uma tendência natural para criar problemas, para se centrar em centrar em níveis de exigência e perfeição que resultam em constante frustração, ressentimento, culpa, desilusão, entre outras emoções que drenam e consomem a energia, tornando-a densa, pesada e refletindo-se no corpo físico como cansaço, fadiga.

A gratidão alimenta-se de apreciação pelo que é, pelas coisas boas que consigo ver na minha vida aumentando e expandindo a energia de entusiasmo no nosso corpo emocional e físico. A vibração da apreciação é semelhante à vibração do amor. Pelo que o alimento que damos a nós repercute-se na nossa vida.

Claro que a vida vai sempre trazer desafios, mas a forma como alimento a minha mente vai ajudar a solucionar de uma forma mais leve ou mais densa.

É claro que isto são conteúdos mentais, falar de gratidão e afirmações positivas, são conteúdos que estamos a fornecer à nossa mente. Ela não reconhece se lhe estamos a dizer uma verdade ou uma mentira. Pelo que se a alimentarmos de conteúdos assertivos ela vai começar a mudar a sua forma de atuação. É claro que se eu disser afirmações e apreciar e  logo a seguir a minha mente continuar a professar a negatividade e eu a alimentar, de nada servirá os novos comandos. Contudo, ainda assim não há como evitar que os pensamentos negativos e destrutivos venham. Eles virão. Mas cabe-me a mim perceber como os trato. Que relevância lhes dou. Não vou fazer de conta que não estão lá. Vou apenas agradecer-lhes. Obrigada pensamentos por me mostrarem que se "preocupam" comigo, que me querem cuidar, mas eu escolho alimentar o pensamento positivo, escolho apreciar e acreditar que é possível ser e fazer o que quero e amo.

A tendência natural que temos é para nos agarrarmos aos pensamentos e acreditar neles e não os tratar apenas de acordo com o que são, filmes mentais que vêm e vão. O poder da nossa mente permite-nos que possamos fazer a nossa própria cura. Ouvi-la também revela as crenças limitantes para que possamos transformá-las. Se não tivermos consciência dos pensamentos negativos não sabemos o que temos para curar dentro de nós. Só a partir desse negativo podemos transformar em positivo.

Costumo dizer que a minha maior responsabilidade na vida é servir-me a mim. Olhar-me e ver-me, perceber o que me limita, os meus medos, as minhas dificuldades e trabalhá-las, a minha cura, para que possa Amar-me cada vez mais. Só assim, em consequência, poderei ajudar e servir quem está à minha volta. Se eu consigo, vocês também conseguem.

Quanto mais me abro à vida, mais ela se abre para mim. Os desafios são as aprendizagens que preciso receber para poder ser mais leve, íntegra e livre na vida.

E caminho na vida recebendo mensagens a todo o instante nas dinâmicas relacionais que vou estabelecendo. E sou tão grata por as pessoas me entregarem padrões que preciso de curar dentro de mim, por partilharem as suas histórias e evoluções, por acompanhar as suas mudanças e transformações.

Sentir que tenho tocado o coração de algumas pessoas para que se olhem ao espelho e se vejam e se percebam como um ser de amor e que tenham despertado para assumir o seu poder e responsabilidade para assumir o comando da sua vida é o melhor presente que podia receber. Ver o desabrochar das pessoas e como estão cada vez mais cheias de amor, fazem-me olhar o mundo e a vida de uma forma maravilhosa, mágica e abundante. Todos nos inspiramos a todos. Eu posso ter deixado uma semente no coração destas pessoas, mas o trabalho é delas, e se as inspirei, elas também me inspiram... e quantos mais desempenharmos este papel uns com os outros de ensinar e aprender, mais amor espalhamos e irradiamos.

E gratidão é apreciar, amar, inspirar e compartilhar. Esta vibração quando espalhada multiplica-se, inunda e contagia-se.

Conto o exemplo de estar a ser servida  num bar, ter bebido uma bebida, e o empregado, entregou-me a bebida, deu-me o valor da mesma e disse que era pronto pagamento. Eu como estava numa conversa animada, disse-lhe que já ia pagar ao balcão. O bar estava cheio, e o empregado aceitou o meu pedido. Passado um bom bocado fui pagar-lhe a bebida e entreguei-lhe um cartão que dizia "obrigada pelo seu serviço, é top" e juntamente disse-lhe, obrigada por ter confiado em mim e pela sua simpatia. O empregado salta de trás do balcão e surpreende-me com um abraço sentido e alegre pelo elogio que lhe dei e fez questão de me oferecer uma bebida também.

Deste gesto, não sei quem ficou mais agradecido, se ele ou eu. O meu gesto foi genuíno e sentido e nada esperava. E ter recebido tanto daquele senhor, o ter percebido o quanto lhe tocou, deixou-me de coração cheio. Gestos tão simples que podem significar tanto. Para isso só temos de permitir e ter o coração aberto, para dar e receber.

Aqui e agora, começa a olhar para ti e à tua volta e aprecia.

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