2016 uma relação prestes a terminar

Aproxima-se um final de ciclo, mais um ano que chega ao fim. Observar como são vividos os últimos dias do ano é interessante. Como está o estado anímico, quais os afazeres que estão na ordem do dia?

É um tempo associado a festa, a limpezas, arrumações, balanços. Tempo de férias para alguns, de descanso e de proximidade com a família, para outros tempo de tomada de decisão, fecho de contas... outros ainda ficam de cama, doentes, a aproveitar para descansar o corpo.

Gosto de me fechar na minha gaiola nesta altura, de fazer uma restrospetiva de como foi o ano, o que aprendi, as dificuldades que atravessei, as conquistas que fiz, as alegrias, as tristezas. Gosto de arrumar a casa, de fazer a  minha ronha. Gosto de agradecer, perdoar, encerrar ciclos, de renovar os meus sonhos, de fazer listas do que quero fazer para o novo ano. Apreciar, reviver os álbuns de fotos, o que escrevi e ouvir música de forma aleatória.

É um período para me despedir e largar e por mais desafiante que tenha sido o ano preciso de um tempo para largar e soltar. Se tiver de catalogar 2016 foi um ano de "renascimento - começar de novo". Foi aprender a caminhar pelos meus próprios pés, para mim, apoiando-me na minha verdade, nas minhas habilidades, valorizá-las e apresentá-las ao mundo. Criar a minha própria estrutura, sustento, disciplina, planear, organizar. Foi um ano de explorar, experimentar, implementar. De aprender, ensinando, de investir mais em formação. De desafiar-me ao desconhecido, de viajar, de navegar às profundezas do meu ser. Foi um ano de testes também, de acreditar, de rendição e entrega. E há um carinho por esta longa jornada que o este ano me proporcionou, que causa uma espécie de nostalgia, de apego, de aconchego, para que depois quando chegar o momento de deixar ir o possa fazer. agora é fazer o amor com este ano, com esta vida que me tem dado tanto.

É uma relação de amor que se estabelece com cada ano, pelas experiências marcantes que nos dá. E a vida é feita de mudanças. Relações que cessam o seu ciclo de vida, que cumpriram o seu papel, e é necessário deixar morrer, que o luto aconteça, para que um novo ser e uma nova relação possa nascer.

E neste momento sinto-me prestes a terminar esta relação e a ressacar essa morte e luto para que daqui a 3 dias possa ressuscitar numa nova pele.