O grão de areia

Grãos de areia que transportam os cantos sussurrados pelo vento e que percorrem quilómetros, seguindo o fluxo que a transporta. Grãos de areia que formam vales e rochedos imponentes e firmes. Guardam a história dos lugares por onde passaram e encerram em si a sabedoria dos tempos.  Pedras de lava, e de minerais que ao longo do tempo se foram aglomerando. Marcam o tempo, o clima, a temperatura, a decomposição da fauna e flora. Cores, texturas, ritmos, humidade, calor... transpostam vida na vida que são.

São as partes que se juntam, para um dia se separarem novamente e voltarem a ganhar novas formas. E na quietude vão pulsando baixinho, sussurrando-nos aos ouvidos.

Pedras no caminho... vão recordando-me do fragmento que sou, em busca da reunião da totalidade. Vão recordando-me da beleza e sabedoria que encontro em cada pedra, a oportunidade de reconexão, já que tudo está ligado a mim, como parte integrante do que sou.

O ínfimo grão de areia é a partícula e o todo. Dissipa-se e condensa-se como o palpitar do coração e a vibração do universo.

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