Observando

Corre-me por baixo da pele o sangue nas veias, as palpitações, os suóres frios e também quentes. Observo, observo-me. Vou dando-me conta. Vou deixando ir. O movimento relembra-me que estou viva, que emoções me percorrem o corpo, que pensamentos vêm à mente, e o corpo responde e denuncia-me, sem que o possa controlar.

Ora me revela o encolhimento, o receio de avançar e experimentar e denunciam os arquivos instalados nas memórias celulares e o controlo de-mente, ora abertura e expansão do movimento quando a voz se solta, o ritmo, o balanço. O deixar de querer, rendição ao vazio, ao espaço que se apresenta aberto e convida a criar, só porque sim. Explorar, experimentar, confiar...

E o caminho vai mostrando como desconstruir o puzzle. As referências que cá habitam e onde estão instaladas. Respirando, abraçando, cuidando, amando... na certeza porém que só posso vigiar, identificar, purificar, libertar e continuar a vigiar e nutrir, respeitando todas as fases e ciclos que fazem parte da vida. Abençoando cada sopro.

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