Como está a tua energia? Como a geres?

Já é tarde! As jornadas têm sido longas e o tempo para dormir escasseia no meio de tanta atividade. Terminei agora o dia, depois de 19 horas de pé e em movimento, a fazer. E pronta para desligar o computador, estava saboreando a música boa antes de apagar tudo e detive-me. Preciso de escrever. E veio de uma forma tão imediata que o impulso me levou a abrir a página e começar a debitar.

E interessante observar e ver-me como a energia se move. Picos ascendentes e descendentes e como se renova. Quando pensas que já não dá mais surge aquela força vinda de não sei de onde que te acenda e te faz mexer com uma motivação renovada.

Depois de 9 horas de jornada enfiada num local fechada, senti o cansaço abater-se sobre mim. Finalmente sentada no conforto do meu carro, descalçar-me, sentir os meus pés doridos das horas de pé. E seguir caminho. Uma ida à farmácia, a limpeza do espaço e uma reunião em inglês. Ora bem, tudo dentro do tempo planeado. Mas a vontade de dormir era tão grande, as 4 horas de sono começavam a ressentir no meu corpinho. Deixei-me estar um pouco na letargia no carro a descansar e a ganhar coragem para os afazeres e tudo foi tão rápido fluído. Energia boa da pessoa que conheci na reunião e a seguir achava eu que podia descansar e dormir para recarregar baterias para a outra reunião por skype às 23h.

Mentalmente estava tudo programado. Ia à casa da mãe, ela estaria em casa, porque está de férias e traria o jantar e o almoço para o dia seguinte e viria para casa para dormir. Mas não. Ela não estava. Preparei uma sandes rápida para que pudesse encostar-me até ela chegar e poder levar o almoço. Mas o que não esperava foi que aparecesse logo o meu padrasto muito conversador, que me fez companhia enquanto comia. E pouco tempo depois chega a mãe e o sobrinho, e ainda que enrolada no sofá a descansar, apenas dormitei por pequenos momentos, pois a energia da criança ainda que a respeitar o meu sossego, arranjava formas subtis de se meter comigo. E a pouco e pouco fui despertando e acedendo às suas brincadeiras, enquanto aguardava que a minha refeição fosse preparada. E quando me preparei para sair fui em sorrisos, pois com o meu sobrinho a minha criança fica altamente desperta e despedimo-nos num braço de ferro de caretas e sons estranhos, beijos e dentadas.

E cheguei a casa tinha outra criança esperando-me, o Fofis que para além de querer desesperadamente ir à rua, tinha terminado a ração. E impertinente andava a arrastar o prato da ração e a arranhá-lo a reivindicar a sua comida. Lá tive de improvisar e cozinhar para o senhor meu cão arroz e dar-lhe com atum. Achava eu que quando chegasse a casa iria conseguir dormir 2 horas antes da sessão das 23h. E na verdade, pus a responder-me a e-mails, a fazer trabalho pendente do computador e quando dei por mim já eram horas da sessão. E para além de desafiante é também estimulante, estar com um grupo de 4 pessoas do outro lado do mundo, em fusos horários completamente distintos, numa língua que não é minha a trabalhar desenvolvimento pessoal, a ouvir as suas histórias e desafios e a partilhar os meus. Claro que 2 horas depois saí recarregada, com novas ideias a fervilhar, de como posso ampliar a minha visão e experimentar abordagens novas.

O que move a nossa energia? A minha é movida por Amor que envolve paixão, entrega, disponibilidade, brincadeira, abertura e envolvimento. E isso não implica que ela flutue entre picos tipo montanha russa, entre cansaço e ausência de vontade de ação e total presença e flow. Eles são necessários para me dar conta do movimento e perceber o que estagna e a densifica, o que a neutraliza e o que a faz recarregar.  Tudo tem a ver com "balance", e a palavra em inglês é mais direta, o balanço entre as atividades que retiram energia e as que são geradoras e como equilibrar essa  balança nos momentos e circunstâncias que a vida vai revelando através da sua manifestação inteligente.

Como gerir o interior para melhor gerir o exterior? Nem sempre as circunstâncias permitem que o sistema funcione "by the book", de dormir no mínimo as 8 horas diárias, a alimentação saudável, exercício físico e tudo o resto. E aí como gerir o "caos", como gerar suporte a si mesmo. Que ajudas podes pedir, ou estares recetiv@ para perceber que estão a emergir soluções à tua volta que podes aproveitar. Eu tive a sorte de na semana passada ter  mãe de férias e de lhe pedir ajuda para me cozinhar as refeições. E mais sorte ainda de ela me ter comunicado que as férias foram prolongadas por mais uma semana, foi o brinde e o mimo. Só posso mesmo agradecer, porque pequenas coisas  facilitam e simplificam muito a vida :)

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