Autenticidade



As histórias que a vida conta fala sobre as tuas raízes. As cargas que carregas e que não te pertencem. Os padrões que reclamavas dos teus pais e que sem te dares bem conta tornas a repeti-los, na vida, nas relações e com o teus filhos. As histórias da tua vida falam-te das partes que não queres assumir e reconhecer, do que negas, julgas e criticas.

Mas falam-te também do teu valor, da tua essência, da beleza, do Amor que transportas dentro.

E caminhas ora em passo acelerado, ora lento distraída/o com as formas para não ver, acolher e receber-te. E quando te dás conta achas tão difícil mudar, aliás nem sabes bem por onde começar, o que fazer. Não há tempo! Não tens tempo.

E preferes seguir distraída/o na mesmice demitindo-te da responsabilidade de poderes viver em maior harmonia. Ao menos já conheces o desconforto que sentes dentro e já te habituaste a conviver com ele. O que serias tu sem ele? O que apareceria no lugar? E esse desconhecido parece-te aterrador.

E se ao menos te desses a chance? O que terias a perder? As cargas que te aprisionam e as algemas que orgulhosamente mostras ao mundo.

O que terias a ganhar? A liberdade de poder voar  :) Sim, voar! Na leveza dos teus passos, de seres autêntic@, inteir@. Responderes a ti em exclusivo. E não, isso não te torna um/a sacana egoísta, mas impecável com o Teu ser essencial que responde à sua energia primordial.

Claro está que tudo depende a onde estás ligad@. Tudo é subtil e as linhas muito ténues. Claro que se estiveres ligad@ à mente insaciável do desejo primário, sim podes tornar-te um/a sacana egoísta movid@ por um poder distorcido de eu posso e mando. Mas também a energia que te move é a do medo e não do Amor. Do querer controlar e agarrar-se a um senso de segurança exterior e precário.

Estar ligado ao ser essencial é disponibilizares-te para que a vida te viva. É dizeres Sim, ao fluxo, seguires o movimento, num estado de renúncia e rendição à tua vontade mais elevada, à Vida que não se resume ao templo do teu corpo pequeno, mas ao templo que é o planeta, o cosmos. Para lá da tua compreensão lógica da mente pequena.

Se te é difícil compreender esta linguagem, pensa, reflete sobre o grande convite e aprendizagem desta pandemia. TU NÃO CONTROLAS NADA! E se isso te foi difícil de entender durante este processo e continua a ser, observa as resistências que atraíste para a tua vida, os picos dos estados emocionais que atravessaste, a revolta e frustração que tens vindo a sentir. Chamam-se RESISTÊNCIAS, o não querer largar, acompanhadas pelas questões de sobrevivência, o medo de não ter, a segurança e o medo de morrer. Ai que não controlo e agora o que vai ser de mim? Quem vai cuidar de mim?

E o CONVITE é que te ABRAS e te RENDAS À VIDA. Estarias tu morto e não te deste conta? Talvez seja hora de acordar e de te questionares o que andas a fazer com a tua vida. Como tens vivido até aqui? Como queres viver? Seguindo a carneirada e oprimindo a tua expressão e vontade para que sejas aprovad@ e aceite ou correr o risco de SERES QUEM NASCESTE PARA SER?

Recordas-te da criança que foste lá atrás? Como era ela? Livre, espontânea, sempre presente no que estava a fazer. Caía, levantava-se e voltava a experimentar, e aventurava-se com a vontade pura de explorar a vida. Não havia o emaranhado de pensamentos que lhe travavam os passos, havia vontade, vida. Há que resgatar essa criança. Trazê-la de volta e usar a sua sabedoria no corpo e consciência do adulto. Ela segue o ritmo e a música da vida, brincando e dançando  com ela.

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