Autoridade


O puzzle tem formas giras de se compor. A reunião das peças que narram a nossa história vêm não quando queremos e desafia a lógica da mente pequena que tudo quer entender e justificar.

Já o sei de experiência vivida na pele, mas ainda assim continuo a surpreender-me com a maravilha que a Vida revela a cada instante. As sincronidades, as cumplicidades, as histórias, os encontros e os desencontros.

Nunca sei o que está para sair nos textos que escrevo e sempre que me deparo com a tela branca peço que ela se traduza em palavras. O que tens hoje para me contar.

E hoje saiu a palavra Autoridade que pediu para ser ilustrada antes de que quaisquer palavras mais pudessem sair. E a eleição foi esta imagem de deleite, estendida sobre as pedras da praia, a curtir o momento. E sorri.

Que bela tradução de Autoridade. :)

Na formatação recebida, autoridade levava-me mais para uma postura hirta, firme, esticada, de contração e rigidez.

E a tradução imagética diz-me o oposto. E reflito com sorriso estampado no rosto e digo para os meus botões, ah autoridade é relaxamento, é desfrutar e descansar.

E que autoridade é esta? É a de poderes olhar-te, receber-te e responsabilizares-te por ti. Cuidares do teu adulto, dares-lhe o que ele precisa e pagares o preço pelas tuas escolhas. Essa é a verdadeira autoridade de seres impecável contigo.

E há que relembrar vezes sem conta, que os automatismos são tantos e as distrações ocorrem a todo o instante.

Quantas vezes entregas o teu poder ao outro e esperas que tomem conta de ti? Digam-me o que é para fazer que eu faço? Numa constante demissão de ti mesmo.

E esperas que cuidem de ti, os pais, o/a companheiro/a, os filhos, o patrão, o governo, a prima, o tio, os amigos.... Ou adias a tua responsabilidade para o dia em que vier a relação perfeita, a casa, o emprego...

E o tempo passa... e és um marioneta comandado por todos, menos por ti. A tal ponto que desconheces a tua vontade, o teu propósito, os teus talentos. Procuras respostas para as perguntas que receias assumir.

E sedento e esfomeado andas por aí esgotando a tua energia e força de vida a dar o que não tens, na expetativa que te vejam e reconheçam e te dêem um lugar - que achas ser um símbolo de autoridade, respeito e consideração. E o resultado? Estás condenad@ a sair frustrad@, dececionad@ e revoltad@.

Se procuras migalhas, migalhas receberás.

Seres autoridade implica olhares para dentro e comandares as vozes que vivem dentro para que possas escutar a voz do teu coração. Aquela que quer o teu bem, que quer que tu existas e te cumpras. Ela não está preocupada em agradar, nem com o que os outros pensam, nem com títulos e parecer bem na chapa.

E ser implica autor-idade. Ser autor da tua vida, com a tua assinatura, o teu cunho, a tua expressão. Não é imitar o vizinho do lado, porque determinada métrica funcionou para ele. Fazer o que não se gosta porque é moda. Claro que podemos inspirar-nos com o que nos rodeia para criar a nossa cena. Mas a tua autoridade pede-te que sejas autêntic@.

E tu sabes que quando assim é, te sentes em paz, que podes relaxar e desfrutar porque te estás a cumprir. Estás inteir@ em ti e permites ser guiad@ pela vontade da alma e do Grande Espírito. E se discordarem de ti e se tentarem interferir nada te vai tocar, porque sabes que a tua vontade vem de cima, vem do alto, vem de dentro e tornam os teus passos leves e confiantes.

Autoridade em ti permite-te ir além do teu ser e saber que és conduzid@ por uma força maior que tu... chama-lhe Deus, Universo, Cosmos, Energia, Fonte. E essa autoridade manifesta-se através de ti, usando-te como instrumento ao serviço da Vida.

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