As aventuras do caminho


Estava a tempo e com tempo e estava orgulhosa de si por ter conseguido tratar de tudo e ir nas calmas.  E sentia-se estranhamente tranquila a percorrer um caminho desconhecido. Talvez por ter tempo, caso houvesse alguma eventualidade. Poderia parar, tomar o seu café, enfim num ritmo pausado. Achava ela...

Já com mais de meio caminho percorrido resolve parar, desfrutando da paisagem e o primeiro episódio estava prestes a acontecer, enganara-se na saída da rotunda. Mas estava atenta e poucos minutos depois deu-se conta antes do GPS dar-lhe sinal e resolver perder a net. Voltava para trás novamente e... não passa nada temos tempo. E de volta ao trajecto correto segue a direção que era suposta, a do seu destino para se cumprir. E ao longe começa a avistar um castelo e um rio com uma paisagem lindíssima... aproximava-se de Alcácer do Sal e às portas estava um polícia a barrar a entrada, a ocorrência? Um incêndio. E pergunta ao polícia alternativa de percurso para o seu destino. Estava a 40km do seu destino e a mudança de rota distanciava-a por mais 85km. Respirava fundo e dizia para si, temos tempo. Conseguimos.

E claro que o incómodo foi sentido, quando sentia que estava quase a chegar vinha um obstáculo a distanciá-la da meta. Observava as metáforas da vida de que tanto dela falavam. E dizendo sim ao cenário apresentado renovava a coragem de sorriso no rosto e vamos lá que é sinal que precisava de viajar e conhecer mais vilas e cidades. E já com o novo redirecionamento alinhado começa o tlm a apitar 20% de bateria... 10%... 5% quando voltava a estar novamente a 40 kms de distância do destino. As coincidências giras... E rezando para que se aguentasse, um milagre teve a solução precisa no momento certo. Aquela bomba de gasolina que a chamou para beber café e carregar o telemóvel. E como não sendo suficiente mete-se com os senhores sentados na esplanada e pede orientações para o caminho. Faz um desenho com todos os passos e decidira que iria com as notas até à cidade e só ligaria o GPS para encontrar o alojamento. Ainda teve de parar uma 4ª vez para ajustar um pequeno detalhe e quando deu por si já estava a chegar dois minutos antes da hora que marcava o GPS.

Dera-se conta da sua serenidade, da capacidade de se desenrascar, e do quão confortável se sentia no desconhecido. As pessoas com quem se foi cruzando super amáveis e disponíveis. Os únicos momentos de incómodo foram só as interferências da mente, a dizer “estás perdida”. E sim esta mente está sempre perdida e desorientada. E quando a expressão mais elevada comunica coloca em comum tudo o que precisa para avançar.

E aproveitou as provas que o caminho lhe deu soltar e aprender.



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