Relaxa!


Quando despertas para o dia sabendo que tens um tema para resolver. O foco está todo orientado para isso e apenas estás aí a aguardar que te passem as diretrizes. E estando em palco novo vem o entusiasmo pela descoberta e em simultâneo o nervoso miudinho, de será que vou conseguir. E quando o momento chega, desligas tudo e entregas-te e tudo o que recolhes é aprendizagem e observas o desenrolar do percurso, as correções, os detalhes e começas a sintetizar, a refinar e refinar-te e o resultado final é de uma simplicidade grandiosa.

E a alegria acompanhou-a durante todo o dia... Ela já sabia que sempre que relaxava e se permitia tudo fluía, porque permitia que a vida a atravessasse, e dava-se conta tantas vezes pela sua vivência que assim era, mas ainda assim continuava a surpreender-se. Talvez porque ainda era invadida pela rigidez do ego, de querer estruturar, medir e preparar tudo by the book para que pudesse ter um fio condutor e alimentar uma certa "ilusão de segurança".

E à medida que caminhava o caminho reforçava a importância de relaxar, deixar-se ir.

E quando nada se espera, tudo se recebe e tantas maneiras. Permitires que a vida te atravesse e para isso tem de encontrar disponível.

E o que é isso estar disponível?

É esvaziares, teres espaço dentro, libertares a tua mente de expetativas, conceitos e ambições.  E temos dentro tantas identificações, crenças e hábitos enraizados que nos conferem tantos automatismos na forma de ser, estar e fazer.  E não é acordar um dia e fazer um reset, seria bom, diriam muitos, contudo parece ser uma meta impossível... tudo é um processo, uma caminhada, que começa por uma tomada de decisão. E é ir abrindo, soltar, desapegar. Esse libertar desassossega por vezes, outras tem um sabor de leveza extraordinária, mas tudo necessita de um tempo para que se acomode. E é ir seguindo, a ceifar as ervas daninhas que vão crescendo à nossa volta, porque soltamos e há uma tendência a querer preencher e voltar a pôr algo no lugar.

E mais do que qualquer querer é definir a direção, colocar a intenção e observar as propostas que a vida vai colocando para que aprendas. Para que vejas como se mostra a tua personalidade, para que a aceites nas vertentes que "consideras" boas ou más e que também elas não te definem, mas que fazem parte, e que estão lá para que as incluas e integres.

E se não te defines pelo que a tua persona te vai revelando, podes relaxar. E o que se passa fora vem para que aprendas, para que recolhas informação e deixa de ser pessoal.  Assistes-te como observador/a de ti mesmo/a, ainda que participes também. E apercebes-te que o emocional e mental deixam de ser os teus condutores, tens ativado o observador/a interno e os teus olhos passam a ser outros, e consequentemente a tua perceção.

E deixas de querer controlar a vida e a permitir que a vida te viva... que seja ela a dar-te o briefing e a direção. E relaxado/a permites que a vida te atrevesse, porque te rendes.

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