Sim... e Não!


"Onde você vê a teimosia, alguém vê a ignorância, um outro compreende as limitações do companheiro, percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo. E que é inútil querer apressar o passo do outro, a não ser que ele deseje isso.", Fernando Pessoa.

As frases que nos batem à porta nos momentos certos. Cada um caminha no seu próprio passo e percebera o incómodo que a inércia lhe vinha provocando nestes últimos dias. A falta de paciência perante o queixume que a fazia puxar as orelhas de forma direta, firme e quase agressiva.

E se parecia estar a dar uma palmada de "faz-te à vida", era mais profundo do que isso, era uma devolução da pessoa a si mesma. Não alimentar, nem permitir o despejo da carga emocional. Que cada um seja responsável pela sua própria história e vida. A clareza com que observava os filmes por detrás dos filmes faziam-na ter uma compaixão nova de "abre os olhos para o que te estás a fazer".

A sua tolerância estava mais reduzida e podia-lhe ser também algo estranho, pois estava a reajustar um novo equilíbrio dentro de si. O maior respeito pelo seu tempo, por si. E quanto mais responsabilidade assumia para consigo, mais honestidade emanava para fora. De tantas formas novas que a surpreendia.

Estava a aprender também de uma nova forma a soltar, a desapegar os seus próprios dramas, memórias e a respeitar o seu ritmo sem o querer acelerar ou travar e o exterior sabiamente trazia esses testes para que se visse através das narrativas externas.

A vida pedia-lhe para dizer SIM e dentro do sim está também o não e como ele se manifestava sabiamente através dos acontecimentos. Dizer não é dizer sim a ela. E o sentir, esse sábio que a orientava sabia sempre o passo a seguir e tantas vezes não precisava de abrir a boca para verbalizar, porque a firmeza interna tão forte ordenava telepaticamente tudo.

E tudo se tornava tão simples na velocidade do instante, pois percebia que quando via a teimosia, a ignorância, as limitações ou o desejo essa era também uma forma de controlo sub-reptício.  A personalidade egóica está sempre à procura de maneiras giras de interferir. E quando apanhado em flagrante delito dissolve-se e nada mais há para conter. Na presença tudo está sempre certo, sem nenhum ponto a acrescentar ou subtrair.

O que fica? O útil  :) 




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