SOLstício



6h13, domingo 21 de junho... a hora que ficou registada no momento do congelamento desta imagem. O Sol espreguiçava-se estendendo os seus braços enquanto se elevava nos céus.

Inundada naquela brisa deliciava-se com o movimento, subia o monte e agarrava-se à cerca para que pudesse captar o momento para lá da cerca. E trepando na sua ousadia lá se lançava ela sozinha ao encontro do Sol.

Os momentos passam e tentamos registá-los para que fiquem guardados na memória. E a imagem embora pareça estática, está viva. É uma frame, uma parcela do filme. A partícula da célula. E ao aceder à partícula acede-se ao todo. É uma porta, uma janela, uma entrada, um acesso, um convite para que possamos entrar.

"Sem passado, nem presente, nem futuro.", a chave de ativação do símbolo e mantra do 2º nível de reiki. A última coisa que fazia antes de sair da cidade, facilitara uma iniciação... Como se fosse possível fazer algo a alguém ou por alguém que não fosse servir-se a si mesma.

E são tantos os layers, os véus, as camadas disponíveis que cada vez que se revisita a mesma imagem, vem nova informação, sensações... são os véus que se desfazem para dar acesso a outros. E não é importante compreender, apenas assistir à dança, ao movimento que se dá... Desfrutando da viagem!

Já tinha tido tantos vislumbres ao longo do caminho, e agora tornavam-se cada vez mais presentes na presença, num silêncio constante. Reconhecendo, sem saber que o estava fazendo. Saboreava o fora sem saber muito bem que era a si que se estava apreciar.

Foi dia de se despir!

Passava pelos maestros de caminho e eles diziam despe.  Ela ouvia e sorria. Mas precisava de um estímulo maior, as Palmas :)  Para que na vibração da ovulação/ ovação?! (adoro quando não sei dizer as palavras ahhh... assim escrevo como saiu primeiro e depois a outra que também parece encaixar ahhhh) Assim é a poesia, com os significados dentro dos significados sem que haja princípio nem fim na tradução.

 E despiu!

O sol aquecia-a do seu desconforto inicial dos primeiros minutos, ainda que pudesse ser ou estar a ser olhada sentia na brisa o embalo cuidado. E depois esqueceu-se que estava em cuecas e soutien. Estava bem na sua pele, no corpo que vestia ainda que este apresentasse gordurinha extra e marcas, estava confortável nele. E misturava-se, tocava e permitia-se ser tocada.

E a fome desapareceu.

Reparava a olhos vistos o quanto lhe custava comer, o quanto ficava saciada com tão menos comida.
Estava a preparar-se para o jejum.

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