Espreita o verso que és neste Uni e Pluri verso


 

Espreito por entre os véus que me enredam. Enterneço-me com este novo olhar molhado. Os olhos cresceram. E a beleza vai para além da pele. O corpo é apenas a matéria que vai refletindo através da expressão a dança que ocorre dentro.

Tenho tudo por te dizer... e todas as palavras já foram escritas e ditas.

E ainda assim permito que o sentir me escorra pelos dedos e possa traduzir-se em sons, ritmos, energia, palavras.

Tantas vidas se atravessam num só corpo que se regenera diariamente e que num ciclo de 7 anos se renova por completo. Onde estava eu há 7 anos atrás?

2013... aí estava numa nova descoberta e encontro de mim. Certificação de coaching, e acedia a uma nova disciplina e compromisso comigo e descobria uma nova forma de amar.

Como reduzimos o Amor a conceitos, definições, expetativas e projeções das feridas abertas que levamos dentro.

Queremos desesperadamente acalmar a dor que levamos dentro da separatividade. Vemo-nos separados, identificamo-nos com as formas, a tal ponto que cremos que somos o que temos e que possuímos sentimentos, pessoas, objetos, animais... E nessa confusão, alienamo-nos de nós. Perdemo-nos dentro dos buracos que cavámos para nós.

Somos mestres da fantasia e quantas vezes usamos a linguagem da imaginação para criar cenários de terror, altamente destrutivos.

São precisos também esses cenários. Todas as cores são necessárias para criar uma tela rica em emoções e experiências. Por vezes somos duros de mais, criadora podia ser mais simpática... 

Mas ela é intensa... E é a tensão que a faz romper e irromper. É a dor que provoca ardor que leva ao Amor. A travessia é sempre a necessária... ainda que seja só obscuridade no caminho, à medida que caminhas a claridade vai surgindo. 

Espreitas por entre os véus.... é uma porta ou uma janela o que os teus olhos vêm? E de olhos molhados percebe que não há portas, nem janelas, nem fronteiras.

Há poemas  poesia  canções e danças. Imbuídas do tecido que é feito a Vida, a Existência... será pó das estrelas dizem alguns, ou o barro da terra mãe?  É sangue, é carne, é fogo divino, o espírito feito matéria.

E tudo brilha, a terra canta, dançar com o universo, cantar o teu sorriso, em tua luz sempre feliz. Porque te recordas. E se recordas, percebes  a totalidade, o UniVerso que és neste PluriVerso.

E que o teu verso brilhe, brilhe a fonte de vida e amor que és, alegria.


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