InVerno


 
Dentro ocorria uma morte que nada tinha de silenciosa. Tudo se agitava dentro. Pensamentos, emoções e o corpo esse dançava ao ritmo da banda sonora. Havia toda uma festa que ocorria dentro. Assistia-se.  

Acompanhava os momentos de quietude seguidos de agitação e loucura. Mais um fim de ano se aproximava... começara a contagem decrescente.

Dezembro era sempre uma altura de balanço. De olhar para  trás, reflexionar  e tecer planos para o ano seguinte.

Este ano trouxe tanta coisa, tanta informação, tanta Vida, movimento, experiências, novas pessoas, viagens, lugares... e também largar velhas formas, lidar com a Perda, Fins de Ciclo, Relações... Deixar Ir.

Permitir que a Transformação se Dê. Em todos os níveis. A vestimenta é a mesma... mas a Pele é certamente uma nova pele... ainda a acomodar-se... mas não muito já que a pele está destinada à mudança constante.

Tem sido um ano extraordinário de tantos milagres, aprendizagem e de Olhar de uma forma mais profunda dentro permitir -se e entrar em novos lugares dentro de si. Aceder à dor, sem que seja um drama ou fim do mundo. Observar a beleza que a constitui. Deixar que circule sem que a consuma. Permitir que a travessia suceda. Tudo é um círculo dentro de um ciclo e tu és o Ponto. O átomo, a partícula, a molécula. O tudo e o nada. O Ser e o Não Ser.

E nessa claridade poderes ver, sustentar-te e permitir que tudo te atravesse, sem que te identifiques com a ilusão da tela.

E este Sol-estício recorda-nos da fusão de Saturno e Júpiter - a respiração. Contrair, conter, para a seguir expelir e expandir.

Respira! E observa o ritmo nos intervalos. Essa é a contemplação. Manifestar na vida com o templo ambulante que transporto. Esta vestimenta,  o Amor e Consciência que vou aportando momento a momento... vibrando o que vou conseguindo ser momento a momento.

 

 

Comentários