Atravessas?

 Há pontes que têm de ser atravessadas, mesmo sem saber onde vão dar. Esta em Jalcolmulco, México 2018 impunha respeito.

Quando me perguntam o que espero da vida, qual a minha realização e significado, as palavras que me vêm é Propósito, Amor e Alegria.

E esse propósito nada tem a ver com algo concreto e objetivo, sendo contudo altamente objetivo e claro. Estar presente em cada coisa, situação, momento, estar inteira para absorver o máximo que puder de cada instante. É estar na dança, no movimento, na circulação, na simplicidade de participar e observar.

E aí poder sentir, amar, acolher, incluir, vibrar nessa consciência de integração, união. em sintonia e permissão. E aí todo o meu ser rejubila de alegria por pertencer a esta grande Vida.

Esse é o caminho de desatar nós, de atravessar essa grande ponte que oscila por todos os lados, que nos faz balançar, tremer,  que nunca mais acaba, que nos faz hesitar e muitas vezes querer voltar para trás.

A desformatação leva-nos para um não saber que pode ser altamente disruptivo e para um ideal que pode parecer tão utópico e ao mesmo tempo tão presente e real. Quantas vezes te sentiste em casa num lugar estranho, com pessoas novas e que te lançaste sentindo que aí estavas segur@, podias ser tu, vulnerável, forte, sorridente, choroso e que todos estavam aí para ti, como uma grande rede, família a suportar-te? É real, está aqui ao virar da esquina... e quando perceberes, verás que nem esquinas existem.

Não há paredes, portas nem janelas no que nos une, apenas temos de abrir o coração para que os olhos possam ver, esse é o amor e a consciência.

Não há corações fechados. Todos eles estão abertos, porque vivem e respiram. Podem estar mais doridos e desconfiados, por isso retraídos. Esperam por ti, que olhes para o teu coração, lhe dês calor.

O coração sempre chama por ti, para te acordar do que és feito, amor. E se amor és, põe esse propósito em cada tarefa, em cada pedaço de ti que entregas a ti mesmo e a quem está ao teu redor. Esse é o brilho, o maior contributo que se pode deixar. E escrevo estas palavras e sai-me o sorriso, de uma alegria que não cabe em mim e se espalha. Essa é a natureza da alegria, contagia-se, alastra-se.

A simplicidade é reunir as partes, as que andam espalhadas por aí, fragmentadas, excluídas, esquecidas e incluir cada pedaço teu como o melhor poema de amor alguma vez escrito. Quanto mais amor reúno, mais amor retribuo, como condição natural do ar que respiro.

Uma rosa é brilhante, espalha o seu perfume, sem que tenha qualquer intenção.

Que possamos atravessar a ponte e despir-nos dos véus da ilusão, desapegar das formas e estar nesse lugar da não intenção e permitir que a vida nos atravesse e que o nosso WIFI cósmico comece a florescer. 

E num jardim florido sejamos dadores e receptores e comece DANÇA CONSCIENTE. Porque dançando já estamos, ou achas que estás imóvel quando parado estás?!

De olhos fechados caminho desperta!