Décimo segundo dia


Desapontamento. É o apontamento que lhe dá o mote para o dia. A ausência de compromisso, a palavra dada que não é cumprida.

Qual o jogo que se joga quando corações magoados se vingam para de alguma forma saciar uma dor que não se quer vista, acolhida. E os limites falam de respeito, de estrutura. Das vedações que coloco no meu jardim para que assim possa organizar e nutrir o meu próprio alimento.

É já dia 12, e metaforicamente podíamos estar em dezembro. Final de um ano, de um ciclo que se encerra ou será a casa 12 de peixes, onde tudo se dilui e dissolve. O grande oceano que tudo contém e unifica. Pois claro... quais vedações, se não há esquinas, apenas mar e amar?

Falamos de morte, falamos de vida... e é tudo a mesma coisa.  E a liberdade contém a responsabilidade e ambas convivem na mesma casa, numa dança de complementaridade. E se se des-aponta podemos olhar nessa direção e observar o que revela. Onde te perdes no outro, onde ficas à mercê e delegas a tua responsabilidade para o outro. Na tua casa, os alicerces e fundações são as tuas para que na direção que definas possas crescer dentro de ti e de preferência para o alto.

Só com raízes bem sólidas te podes abrir e expandir os teus ramos para os lados e para o alto. A copa da árvore é o resultado do desenvolvimento da semente. E como o invisível aos olhos se espelha tanto no visível. 

Não importa o que diga, o que faça, nem a experiência que o intelecto acha que tem. Perante um humano sê humano e se tiveres consciência que és coração só resta estares em abertura e permissão.

A sacralidade da vida é honrar tudo o que é. Cada pedaço, cada partícula, aceitando-a exatamente como é. Nada há para alterar, sabendo no entanto que a mudança é a sua condição inalienável. 

E se algo encerra, logo de seguida algo se principia e abre. Respiras? Repara no movimento, no fluxo. O que fecha está condicionado a ser aberto, e vice-versa. A forma como acontece depende da intenção, tensão e tesão subjacente.

Essa é a estrutura que levo dentro... o manuseio, a circulação, a espinha dorsal que dá curso e percurso ao fluxo.

E deixar a vida correr, sem correr é a tarefa mais bonita que qualquer atleta deve treinar e propiciar a si mesmo.

É a casa da Fé! Da rendição, da entrega. Só assim poderás ser guiado e conduzido pela tua voz maestra. A que sabe, sabe.

E bota propósito e motivação nisso.... é SOL que irradia a sua luz, contagia e aquece cada coração, sem precisar de dizer uma única palavra, sem que queira fazer nada. Essência toca essência e faz ricochete para continuar a ressoar e soar como um eco que reverbera, sem berrar.

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