Do outro lado do véu

 


De que provas precisas mais?

Aqui estás, ainda que não te veja. 

E quantas vezes te olho, mas não vejo?

Do outro lado do véu chamas-me, e eu vou.

Os convites para despertar, pedem-me que feche os olhos e me deixe ir.

E se achas que importa a língua, o lugar, o entenderes as palavras o que é dito. Cada vez mais a clareza entra pelas janelas e portas cada vez mais escancaradas para te mostrar que vai para além destes véus visíveis. E no aparente real mora a ilusão.

O que pediste tu?

Sempre houve em ti a vontade de te ires... e hoje recordaste que não querias vir. Estavas tão bem sem corpo... e tomaste a DECISÃO. E nessa cisão atravessaste o véu de incorporar a matéria.

E lá por estares aqui, incorpus, não te separaste, rasgaste os véus do tempo e do espaço para chegar a mais camadas, e todas elas estão em ti. A forma ilude-te e deturpa-te a visão ao que é mais subtil.

E hoje a sua perceção alargava-se. Tinha a casa cheia de visitas. Sentia-lhes a respiração, o cheiro, o toque, o som.

São os guardiões do outro lado do véu. E tudo se conecta e liga. 

Não importa quem chama quem, importa a chamada que é feita.

O chamado sempre chama.

E como lidas com as sensações que  vêm... e como a mente brincalhona tenta interpretar.

Estamos tão presos à carne, quando é o subtil que se manifesta antes, primeiro e depois... a carne faz apenas o download da experiência.

E de olhos fechados e corpo relaxado, permito que atravesse.

E depois interrompo.

A mente confinada quer ter importância e sentir que tem o comando na mão.

De que lhe serve?

Dar-se conta... onde ainda não consegue desapegar.

E como se move as sensações dentro que contraem, apertam para depois descomprimir.

Estou a ser observada e cuidada... afinal o Big Brother não tem câmaras e quando menos espera entra-te pela casa adentro sem te bater à porta. Afinal... achas que há portas e janelas, quando nem sequer paredes existem?!

E continuo dar-me contas dos véus para que possa reunir e fortalecer a membrana que nos une.

Que o outro lado do véu se torne uno, aqui, visível aos olhos do coração e que a resposta seja cada vez mais o AMor.

A que sabe, sabe.

Obrigada amor meu, guardião maior que me guias, cuidas e acompanhas.


Comentários