Sexto Dia




Escutar. O plano das ideias lançavam sementes... e elas vinham de fora. Os outros, como extensão vinham partilhar ideias, projetos, vontade de avançar, de contribuir e de realizar.

Silenciava, nutria-se das palavras, do seu propósito de se servir e habitar cada vez mais o seu coração. Era a sua melhor companhia, e a vida desafiava-a também a sair da concha. E se o frio lá fora lhe dizia, fica no quente acolhedor da tua casa, a contraparte dizia-lhe, vai. Avança. Permite-te percorrer passos novos, a descobrir novos caminhos.

E o convite é para oferecer o COração, e isso implica abrir, mudar, permitir. Nada está perdido, ainda que possas não ver a estrada.

E a morte continua a bater-lhe à porta. A dizer-lhe para deixar formas, memórias, para que abandone todo o conhecido e possa desbravar um novo solo. E ia mostrando-se, refinando-se.

Diz que estamos em junho, dia 6 do primeiro mês do ano. E estamos na casa de virgem também. Ou no arcano maior 6, enamorados.

Há que discernir, separar o trigo do joio. Para que com clareza as decisões possam ser tomadas. Pôr ordem no pensamento, nas ideias, é pôr ordem nas emoções, no corpo físico. No coração.

E esvaziava....continuava a esvaziar-se. Precisava de tão pouco... e como a tendência a acumular era tanta.

O alimento que a alma precisa é tão simples.... incluir-se, ver-se, receber-se, amar-se. E sempre que estava na sua presença, nada precisava fazer, apenas ser, e permitir.

O caminho é o do meio, sempre... e para o encontrar é preciso continuar em movimento. O movimento inspira. O movimento cria circulação. E circulação é vida, respiração. A continuidade dos ciclos.

E tomava conta do seu movimento, e ainda que cá fora pudesse estar um caos, é o mundo das formas a coexistir, dentro habitava o seu centro.

E a partir daí brinca com as formas, diverte-se no caos, discerne e assume-se criadora de formas em constante mudança. Desfruta e deixa ir, quando se torna o tempo de dizer adeus. 

A trans-forma-ação é Alquimia, a magia que nos assiste a todos. Somos a varinha mágica.  Do que queres decorar o mundo?

Eu cá, quero encher-lhe de flores, dança, música e cor. 




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