Colaborar


 Assume que tudo é amor e vem por amor. Parece fácil e óbvia esta afirmação.  Mas quando a vida acontece momento a momento é preciso saber receber com graciosidade o que vem bater à porta.

À medida que caminhamos e vamos soltando as camadas que aprisionam vêm as provas. É na prática, na vida real que a espiritualidade se revela e que é dada a oportunidade de fazer o amor. De rasgar as prisões do ego e da mente. E que te podes humildar perante as provocações do ganhar e perder. De mostrares o que sentes, e aí sentires as feridas que levas dentro, assim como o potencial e alegria.

E largares o desejo e o controlo de que seja à tua maneira, para permitires que seja a vida a conduzir-te, a dar-te o que precisas, a desenvolver a vontade e aí poderes crescer. E crescer implica ser frustrado.

Que não seja à tua maneira, mas de acordo com o que precisas. E tantas vezes a criança se apresenta e faz birra, e amua e se fecha à experiência. Se não é  à minha maneira não quero, assim já não brinco.

E o que é natural? A natureza sempre está e expressa-se no sentido da manutenção e regeneração da ordem. 

"Se o Amor vos achar digno, ele vos procurará." E eu digo. Ele sempre te procurará... porque és Dign@. Apenas precisas de abrir os olhos e reconhecer. Só assim o poderás receber. E ele é original. Sempre vai encontrar novas formas de chegar a ti.

E pode ser com presentes, carinho e abraços, como através da rejeição e negação. E por Amor vais receber o convite também para dizer não, fechar a porta e partir.

Procura viver como se soubesses e como se confiasses.

Recordo-me de naquele dia ter saído de Montemor Novo, em direção ao sol que se preparava para baixar e me terem perguntado "Como é a seguir?" e eu ter respondido "Não sei", com um sorriso e felicidade imensa por não saber.

A liberdade de poder colaborar com a proposta da vida, que ela vá dando o briefing e ir construindo a passagem à medida que o passo é dado. É a arte de ir construindo memórias, fazendo a história sem os atilhos e os pesos da história e da biografia que já foi.

Em conjunto laborar, agir com o que está disponível e ir acedendo aos talentos, à força que abre, que brilha, que potencia e expande.

É claro que se há bagagem... ela vem. E bem-vinda seja ela quando nos bate à porta e se anuncia para que possamos curar e dar novas formas, significados  e amor.

E nisso, colaboras tu comigo. Com a tua presença e vibração.

E isso é Amor! É a tua graça a cumprimentar-me e a convidar-me a colaborar comigo.

 






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