SORRISO


 Continuava a viajar para dentro. E nas entrelinhas da sua biografia ia soltando as identificações. Compreendendo ligações, a tecelagem,  e quão mágica era esta grande teia de retalhos. E quando achava que começava a entender alguma coisa, a vida trocava-lhe as voltas.

O mercúrio ainda estava retrógrado.... talvez por isso continuasse ainda nessas viagens por outros tempos, por outras vidas.

Cinco anos. Como andava a sua vida há 5 anos atrás? E que recorrido por 34 anos... ufa!

Era um repositório de memórias.  E tanta coisa lhe parecia tão distante e outras que orgulho sentia no seu percurso, na sua força e determinação.

E algo lhe acompanhava os passos.... viesse o que viesse, fossem quais fossem os desafios - o SORRISO.

A vida sempre a encontrava  a sorrir. Podia haver lágrimas, dor, tristeza, doença, o que fosse, o sorriso sempre se apresentava, com a espontaneidade de ser o que era.

As palavras sempre podiam faltar. Não era importante.

Já o sorriso...

Recorda-se de uma vez ter feito um exercício 24 horas sem sorrir. Custou-lhe profundamente. E aí reparou-se de quão naturalmente lhe saía o sorriso em toda e qualquer situação. Era a sua resposta instintiva. E conscientemente bloqueiá-lo. Fechar o rosto, não sorrir, foi o exercício mais difícil que tivera que fazer. E o quanto isso alterou a sua energia e disposição.

Quase não se reconhecia. É que há tantas formas de sorrir sem ser com os lábios e com os olhos. Há o sorriso interno que se espalha por todos os poros e vivem nas células.

E desde esse exercício percebera que sorrir é a sua saúde, o Sol que a Ilumina, o combustível.

Se o Amor pudesse ter uma forma palpável ela certamente escolheria o sorriso como a expressão manifestada.

Há lá coisa mais bonita que um SORRISO?


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