Revira-a-volta


Revira a volta.

Tantas são as voltas que a vida nos dá. Nos vira de cabeça para cima, para baixo e tantas vezes pareces estar numa centrifugadora.

Sempre passa. 

E quando achas que tudo se está a acomodar... vem a vida e muda as perguntas.

O convite?

Esse é sempre o mesmo. Chamar-te. Chamar-te para venhas para dentro. E não te confundas com as novelas, as circunstâncias e os eventos que a vida traz. As formas sempre se cumprem... as formas sempre mudam. É a sua natureza. 

E a máquina está sempre em movimento, e tudo sempre se move. Identificas-te com o movimento? Onde estás tu? Como ficas movid@?

E na teoria pode-se saber... não és os teus pensamentos, as tuas emoções... mas os automatismos sempre te convidam a entrar na centrifugadora. E quando dás por ti, já estás no rôle play.

Vigia.

E deslarga-te. 

E ontem ouvia, algo deste género "não tomes decisões, a vida sempre decide". E na verdade há sempre uma pressa por soluções, por resultados, mesmo quando não se sabe o que se quer e qual o caminho a seguir. E "quando não se sabe o que fazer, não faças nada, a resposta está na quietude mental" (autor desconhecido".

E observo o desenrolar da vida que por vezes se revela a passos lentos, devagar, silenciosa e outras se agita, corre e acelera. E ela sempre está a decidir, a guiar, a definir direção. E se atenta estou, sigo-lhe os sussurros. E seguindo-a sirvo-me, servindo-a, e ela serve-me sempre.

E hoje entra-me pelo peito adentro as palavras Fé e à Deriva. Reconheci-as, trouxe-as para dentro como uma compreensão e uma descrição que também me serve e aporta clareza, abraço e reconciliação.

É que estar à deriva não é estar perdida... é estar num vazio, num desprendimento de referências, para seguir mais leve. E tantos são os assaltos da mente que quer agarrar, definir e apegar-se ao conhecido... há uma vontade de seguir para a nova vida... mas o vazio sempre parece assustador, por desconhecido ser.

E simplesmente estar aí. Permitir que tudo atravesse... sem buscar o refúgio exterior. É fortalecer as fundações da casa que tenho dentro. 

As tentações sempre te convidam a agarrar, depois de teres atravessado a noite escura. O rebuçado, o doce que se apresenta. E vem o orgulho, a fortaleza, a resistência, a rigidez. Agora, há que se manter firme. E decidir o que faz bem e o que faz mal. 

E quando entras aí? A espiral recomeça... já entraste no rodopio e na reviravolta da centrifugação.

E agora?!

Vês-te. Observas. Abraças. Acolhes.

Permites. Atravessas. Dizes sim. E amas. Sentes. E tornas-te presente.

É que quando te apresentas... e estás presente, e dizes sim...já estás a Amar.

Estás no tempo que ocorre nas várias dimensões.

E o que te revira convida-te a voltar!

Não há nada soltar, porque nada há para agarrar... neste eterno fluxo de ondas que vão e vêm. Mas dentro das formas, há que comunicar à mente as vezes que forem necessárias.... para que não se leve tanto a sério, e volte a sentir que tem corpo e que nele vive uma alma e que juntos se manifestam na matéria.

Até que o autómato possa um dia despertar e seguir acordado.

Até lá treinemos!

Há tanto Amor por praticar e treinar que assim, certamente, não teremos dias aborrecidos.

E se por instantes vem o desespero, a angústia, de bolas, caramba... quando vêm as férias para poder descansar de tanto movimento... recorda-te que se vem como vem é porque tens energia. E ela precisa de ser usada e circular. Regozija-te por teres energia. E se tudo cumpre uma função, pergunta, para quê que te visitam estes convidados agora. Que presentes trazem? E se vem é por bem... para que Cresças, para que Ames Melhor.

O que é para Ti... sempre vem. A vida sempre quer que te cumpras... possamos nós deixar cair as resistências, abrir, abrir e deixar que a vida nos entre e nos viva.



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