Tudo o que eu te dou, tu me dás

Tudo o que eu te dou, tu me dás.

Na balança o equilíbrio sempre chama para o que se dá e se recebe. E quando o desequilíbrio se revela, a compensação ativa-se. Há sempre uma inteligência nos sistema. O mesmo é dizer a comunicação sempre se expressa e responde, a troca acontece.

Nas relações humanas estabelecemos demandas, como que a necessidade de sempre retribuir e responder ao que se recebe. E sempre que se dá há implícita uma vontade de receber também. E se estivermos a falar de relações amorosas o caso torna-se bem mais explícito e declarado. A exigência, a cobrança, como que sempre houvesse alguém que dá de mais e outro que dá de menos.

Será isso possível? Aos olhos de quem?  

Poderás sempre quantificar os géneros, o material... mas há sempre um dar que se dá a um nível invisível que transporta a vibração, a emoção, o sentimento que jamais pode ser traduzido.

E o que se recebe e como se recebe tem sempre a ver com a disponibilidade e recetividade interna. E recebemos sempre o que necessitamos para nos darmos conta.

Assim como damos sempre a partir do que temos e o outro recebe o que necessita.

O equilíbrio sempre nos procura... e tantas vezes manifesta-se através do desequilíbrio.

Vejo-me através de ti. Sou espelho, projeção e reflexo. 

E muitas vezes apresenta-se no discurso directo, outras, no indirecto. Não importa o tempo verbal, nem o modo de ação. Mas que se apresente.

E aí há sempre devolução.

A retribuição sempre acontece. E a melhor retribuição é sempre dada pelos movimentos subtis da vida, às vezes silenciosos, outros revelados pelas pessoas, sinais que sempre nos encontram, na nossa morada.

E essa é a abundância sempre presente. Sempre que dás é-te dado. E tudo que é pedido é que Ofereças o Coração.

Parece simples. Mas a teia complexa em que nos enleámos faz-nos percorrer trilhos apertados, subir montanhas para relaxar o músculo e assim podermos ir abrindo e permitindo.

E se o outro me magoa, me irrita, me confunde essas são as dádivas que me permitem aceder às partes de mim que precisam de ser amadas. E enquanto não fizer esse Amor comigo, como poderei Amar o que está fora. Se critico aponto o briefing que me denuncia e me devolve. Nas palavras que anuncio e dirijo ao outro ganho mais oportunidade de escutar e rever-me.

E tudo o que incomoda dá-me oportunidade de me receber melhor.  

E se consigo dar-me conta, é sinal que me fiz presente. Me permiti olhar, encarar e desnudar.

É que ser Honesta é um Acto de Coragem.... de ousar percorrer todas as partes que a vida mostra e convidar todas as visitas cá para casa e tratá-las como irmãos, família.

Amar é a melhor Aventura que a Vida nos podia ter oferecido. Permite-nos percorrer lugares nunca antes visitados dentro e fora. Expande e abre-nos a tantas dimensões que não há palavras que possam descrever e sempre continua a abrir a possibilidades infinitas de manifestação.

E o fluxo de Dar e Receber é um Pulsar, uma Respiração, que sempre segue, sempre tem continuidade.




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