Há coisas que a mente não consegue compreender, que apenas podem ser experienciadas pelo coração através da intuição e dos sentidos periféricos que demarcam os mantos invisíveis que separam a Grande Consciência Divina no domínio do oculto.
As sementes das nossas intenções estão sempre a ser cuidadas pelos anjos. Quando for o tempo elas germinarão e mostrar-se-ão.
E hoje é o dia do Sol (sun day), o culminar de uma semana cheia, intensa, assim como a lua que se mostrou cheia. E um novo ciclo que se abre. Já é verão.
E entre ir e voltar, cruzar a fronteira, respirar uma noite em casa e voltar a ir para a capital e regressar por duas noites e voltar a partir para a natureza pura de Monchique. E cada terra tem a sua energia e ritmo próprios, um pulsar, uma respiração, assim como cada ser em cada instante. E escutar as diferentes vozes, em espanhol, português, inglês, alemão, hebreu. Os diferentes estilos, sabores, cheiros.
E ir É.. confiar.... É cruzar a fronteira dos medos, dos pensamentos, dos julgamentos, confiando que haverá mais terra para pisar e mundo por explorar. Mesmo não sabendo a direção, ir. E o vento sopra. Enviando os sussurros na leve brisa que bate sobre a pele. E o sol sempre ilumina, mesmo quando o dia parece estar nublado. E no incómodo sempre se descobre que há colo à espera de ser recebido.
A tempestade sempre estará. Ela serve de animação. São as tintas, o movimento, as cores da criação para que aí no meio do rodopio e do furacão te encontres pintor@, artist@, poeta, artesão, criador@
E no centro és animado e animas-te por tudo o que te atravessa. É inspiração, matéria prima para que continues a explorar e criar novas formas. E a forma é a própria metamorfose de uma coreografia sempre em construção. Sem princípio nem fim, como o círculo.
A arte de construir boas memórias.... é a arte de Amar e Amar. Os limites, as fronteiras são apenas conceitos, barreiras construídas pela mente que quer possuir, controlar. É que Amar não exige absolutamente nada. Aceita exatamente o que é, como é.
E se Dor é, ama-se a dor. E se é rejeição, ama-se a rejeição. E a provocação, e a raiva, e a barreira. E mesmo que tudo seja uma Ilusão.... também isso se Ama.
E se digo abaixo os conceitos e as definições que nos fazem definhar e encolher... também digo Sim aos Conceitos, ao Encolhimento e ao Definhamento. E dizer Sim é Amar.
E o que fica? Tudo o que É! Tenho nos meus olhos o Cosmos, a Terra, as Montanhas, o Mar... e se em mim cada vez mais vivo.... há tudo por Amar, recordar e remembrar.
Essa é a beleza da Existência... não saber e deixar-se ir nesta grande Dança Síncrona. Ainda que possa parecer caótico, desarmónico, paradoxo, controverso, confuso, oposto, tudo nos conduz e encaminha, como um grande caleidoscópio para várias imagens em movimento, cores, sensações, experiências...
Podia ser melhor? Fecha os Olhos e Vê!
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