Receber-se a si mesmo

Receber é... receber-se a si mesm@. E à medida que o novelo se desenrola e as camadas, os véus  se vão dissipando a clareza espreita para que se revele um pouco mais de si.

E esse Si que se vai revelando vem cada vez mais nu da personalidade que se quer definir e pôr conceitos. Não há lugar nenhum onde chegar, há o despertar para o que dentro vive. É como habitar uma casa e desconhecer que móveis fazem parte e não usar a mobília disponível.  

E mais do que conhecer ou querer saber do manual de instruções é tornar-se. E para se tornar é preciso desfazer-se das instruções, dos mapas, das regras, dos conceitos e deixar-se guiar pelas sensações que sentem.

E Despertar o Corpo é voltar a sentir, a estar Presente. E na quietude perceber-se movimento, que é tudo o que Existe. E aí estar em Consciência, o entendimento do entendimento.

E o que é Receber-se a si mesm@?!

Aceitas estar aqui? A vida que te foi dada?!

Há sempre mais uma capa que se revela. E tantas vezes te sentes em dívida por estar aqui, e que deves e tens de retribuir à vida, aos pais, aos outros.... como se não fosses merecedor@ da abundância, da prosperidade. De reconhecer o valor, a grandeza que és. E fazes-te pequen@, para não incomodar, não ferir suscetibilidades.... e arranjas tantas desculpas, medos, fugas para continuares a escapar-te de receber a Grande Benção de estar aqui Viv@. 

É que Vida significa vital, o que está vivo, o que jorra.... é abundância. E sempre que te escondes, diminuis, te encolhes e fechas estás a negar o teu próprio direito de cá estar.

E as propostas vão sendo mostradas sob tantas formas, nos simples detalhes.... quando te oferecem um café, um jantar, dinheiro, boleia, um elogio, um abraço, uma prenda e te deparas com a dificuldade de  receber.

E mesmo quando o que te oferecem é um Não, um limite, uma contrariedade, uma resistência de fora também isso te permite entrar em contacto com a forma como te recebes. Receber é acolher.

E acolher é permitir que todos os espectros possam existir em simultâneo, e incluir todas as partes.

E receber-se não é querer alterar o estado onde se encontra, é tomar o que é como se apresenta. E só esse facto por si só altera a forma original, transformando-a noutra coisa nova.