Autosuficiência

 


És suficiente! Porque tantas vezes esta expressão não parece realmente suficiente? E a busca continua contínua por querer alcançar a bendita da SUFICIÊNCIA.


E na verdade trazes já tudo dentro de ti, de uma complexidade e simplicidade tremendas. E tudo está sempre no sítio certo para que possas aceder, resolver, permitir, conhecer, reconciliar e reconhecer.

Já ÉS,  já Estás.  E no entanto a necessidade de continuar a procurar reforça a insuficiência. E na carência o que se faz?

Compensa-se. Compensa-se com a carga de querer preencher com a parte física e material, a emocional, a mental e energia. E a médio, longo prazo desgasta-se.... 


Se acho que não é suficiente vou continuar a encher até derramar, e entrar no excesso. Ou então entro no pólo oposto de de não merecimento e perpetuo a vítima que não tem o suficiente e castigo-a. E tiro-lhe, exijo-lhe e nunca lhe dou, porque não fez o suficiente por merecer.

E nesta dança de insuficiência dançada no subconsciente e no consciente vamos reduzindo, encolhendo, comparando, competindo e definhando.

Não há mais do que, nem menos do que.  Há uma dança de equilíbrio dos pesos que se vão destapando dentro à medida que caminhamos.

Não há destino, há caminho. E nesse caminhar há exploração, experimentação, encontros, aprendizagens, entendimento, consciência.

E se tiver que Dar um Destino ao Caminhar é chegar a MIM. Que possa recordar e aceitar a escolha de estar aqui nesta existência, nesta vida aqui agora e aceitar caminhar com prazer.

Parece simples... mas as feridas, ai as feridas que complicam o esquema. Que te fazem pôr em causa e à mercê da validação dos outros? Sou bonito o suficiente? Tenho valor? Sou importante? Será que gostam de mim? Como me devo comportar para que seja aceite, reconhecido e validado? O que preciso ter para que o estatuto, a posição e a realização esteja a assegurada? 

Quero ser alguém... preciso de ser alguém. Ter a carreira, a segurança, a sustentabilidade, o carro, a casa, a família, os filhos, o casamento,o curso, os certificados, o x valor na conta bancária para poder começar a viver. Aí quando preencher a check list da minha demência mental já sou suficiente.

E o que acontece? Alcanças isso tudo.... e o vazio, a frustração continua lá, ou não alcanças as metas e sentes-te um falhad@.

E essas sensações todas e esse cair é a melhor coisa que te pode acontecer, para que possas cair verdadeiramente em Amor por ti. E também isso é uma escolha e decisão que tomas. Podes escolher viver condenad@ à tua própria frustração e permanecer adormecid@. É a tua vida e fazes com ela o que quiseres.

E isso também é assumir a responsabilidade da tua vida, quer gostes ou não da vida que estás a viver, tu participas e colaboras para a sua manutenção e faz-te uma pessoa suficiente e capacitada. Se poderias explorar, ampliar e exponenciar a suficiência que te habita? Claro.

Mas para isso tens te querer perder. Perder das ideias, fantasias que tens de ti. Arruinar esse ego merdoso e medroso. É que o pior que te pode acontecer poderá ser Acordares para uma nova Percepção de Vida.

Tens todos os recursos dentro. Podes perder o trabalho, dinheiro, casa, família,  amores... e perder o sentido de cá estar... e ainda assim o teu corpo vai reagir -  pode ser pela revolta, zanga, negação, o que for -  e isso requer Energia. É o ser a lutar pela vida ou a querer retornar a um lugar de paz. É que mesmo quem decide terminar a vida precisa de energia para se devolver a outro lugar.

São sempre lugares de encontro consigo mesmo, quando numa situação de impacto somos "obrigados" a aceder a recursos desconhecidos dentro e a perceber que a Vida que levamos dentro é muito maior do que temos consciência. É difícil reconhecer a suficiência que levas dentro porque ela é gigante e vais acedendo aos poucos. E os espelhos ajudam, o caminho, as relações.

Experimenta o mantra diário "SOU SUFICIENTE, SOU ABUNDÂNCIA EM PERMANENTE EXPANSÃO". Respira essa frase, e percebe o acontece nas sensações do corpo, permite que elas se acomodem. Não precisas de fazer nada, apenas disponibilizar-te para te receberes.

Se te receberes recebes e és recebido. Tudo está nessa perfeita ordem e sintonia. E sais da roda do julgamento da crítica interna e externa. E se tudo está na perfeita ordem, não precisas esforçar-te para ter e ser, apenas expressar a tua autenticidade.

E só consegues estar na autenticidade se te sentires suficiente, seguro na pele que vestes, a aceitar-te tal como te apresentas. E isso inclui a fragilidade, as emoções que te vão atravessando, as inseguranças, os medos. É preciso saber-se segurar para expor o que dói, o que se teme sabendo que a presença do outro pode saber suportar ou não e pouco importa, porque quem está no comando, És TU! E aí podes ser tudo. 

Aceitar é incluir. É um trabalho que soma, adiciona, acrescenta e subtrai conceitos, definições e julgamentos. 

E na dança que se quer dançada e onde tu és Criador@ vais escutando cada vez melhor a tua música, o teu perfume e ajustando os passos. Assumes o que é para ser feito, porque te ouves. E mesmo que possas ir dançar com os outros e combinar estilos e fusões e ampliar mundo, sabes-te inteir@, porque em ti habitas.

E lá fora... tudo pode desabar e perante tempestades, furacões que te podem abanar, fazer tremer e até atirar ao chão... saberás que tens sempre a tua mão para te dar e coração para Amar. Em ti vives, e aí estás seguro e é suficiente.

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