26º Dia A Gosto_ Levanta-te


"Levanta-te! É hora de acordar e abrires." Diz o SOl, e ela era SOl.

Foi o segredo mais bem escondido que lhe puseram dentro, quando a mandaram cá para baixo. E aos poucos a chama começou a chamar-lhe e ela começou a recordar-se.

A ver e a escutar-se e o caminho ganhou claridade. Há claridade nos passos, firmeza no caminhar, ainda que o caminho continue mistério.

Leva-se a caminhar, segue o impulso e a vontade cada vez mais vincada. Vim para ser e permito-me nasSer ao ritmo do pulsar.

Ainda achas que é de mim que falo, ainda que me esteja a usar como personagem?

Levanta-te e caminha nas águas. Disse e fez o Cristo!

E os comandos ficaram. À espera que peguemos nele, nos inspiremos nas ações que levam para dentro e não mudes de canal. É que para te sintonizares é em ti que tens de permanecer. E sabemos que se estás, inspiras a estar. É uma questão de vibe, de energia que circula, que emana e contagia o ar e expande.

E estando cada um ocupando o seu lugar, cumprindo a vontade do Amor que sente por si, há comunhão com o outro. Só há choque quando a miséria da fome pede para ser saciada, e aí seguimos com o bloco de notas, anotando, discriminando as exigências e reclamações e entregando faturas e multas aos outros.

Se em cada choque provocado entregássemos flores de agradecimento, cartas de amor e abraços? Como seria, pergunto-me?

E imagino. E que cenário tão bonito. AgradeSer por poder ver melhor as dores que carrego dentro, as feridas. Graças a ti posso olhar, encarar e dar-me conta do que levo dentro.

E na ferida, na vulnerabilidade de estar aí doída, caída, inchada, revoltada, enraivecida, perdida, humilhada, frustrada, enciumada, inferiorizada, insegura permito-me. Dou-me direito de sentir. De ser honesta. De me assumir, sem querer arrancar ou que passe rápido ou devagar.

Acomodo-me em mim. Permito-me estar em mim, sem desviar o olhar ou a atenção para outra coisa qualquer.

E levanto-me. Sem perceber muito bem como, levanto-me. E vou percebendo que sou o maior caso de amor que vive comigo.

Quando faço espaço para mim, abro espaço para receber o mundo. E ele vem até bem abençoar-me. O cão cinzento que me vem cumprimentar logo pela manhã e me permite enchê-lo de festas. A borboleta que nos détem no caminho para falar connosco e deliciar com o seu bater de asas. O vôo dos pássaros e das ondas , os sorrisos, os silêncios, o spa de algas, a terra que nos recebe e massaja o corpo, o sol que pica e nos aquece. O serviço e o bem servir que serve de todas as formas.... e vou levantando-me e fazendo a vénia para agradecer o milagre e a magia que me atravessa.  

 

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