28º Dia A Gosto_ um novo começo

 

 

Na terra mãe, a mãe sempre toma conta... e ela começava a reparar mais e a permitir-se. Abria-se para receber o que era para si. Que lhe pudessem ensinar o para quê e como servir melhor.

E o sol despertara-lhe. Pela janela adentro em direção ao seu rosto. Acorda, dizia-lhe ao ouvido. E ela, obediente fez-lhe a vontade. Talvez para o receber melhor, para honrar a bênção de estar ali no meio da montanha.

Escutava a música do vento, das árvores e do rio. Caminho bonito este que lhe iam dando a conhecer. Sentia o pulsar do coração. E como o Coração era gigante.

E se ela achava que começava a reparar vinha o reforço para que prestasse mais atenção. Para que mergulhasse. Tirou a foto da janela do quarto. E a seguir tira uma carta de um oráculo francês e eis que lhe sai a árvore e o Sol. Uma Oliveira e uma Amendoeira. Árvores típicas do lugar das suas raízes, Algarve, assim como o Sol e o as Águas.

Encontrava-se na montanha à beira rio, na Fonte de Águas Vivas. Mergulhava pela manhã nua nas águas do rio, brincando com o lodo, flutuando, mergulhando, nadando. Era livre, selvagem. Entre mulheres sábias, selvagens que se recordavam também.

Partilhando histórias, experiências, saberes na humildade de cada um se mostrar. Não há género, há seres humanos e do reino animal e vegetal. E as árvores e as flores daquele lugar chamavam-na.

Ainda que haja línguas diferentes, a comunicação não conhece barreiras quando os corações estão abertos. E entre País Basco, Andaluzia, França, Alemanha e Portugal a paz foi derramada e o amor espalhado e contagiado pelos peões que entre si se juntaram para partilhar. Assim de simples. 

Basta querer-nos Bem e querer o Bem. O resto acontece, sem que tenhamos de buscar o como e as formas.

E ela estava a começar a ganhar mais Consciência do Valor e do Bem. Essa era a sua Força.

Importa atender ao Chamado e Ir. Permitir que se faça, sentindo o que há para sentir, que todas as impressões atravessem, e as emoções e suceda o que tiver de suceder. 

Sabia que se tinha soltado mais um pouco,  recebera essa indicação e por isso pôde prestar-se atenção. Largou lastro, soltou. O quê?! 

Não importava. E aceitava melhor também esse não saber. Permitia que as resistências se mostrassem e os filmes mentais que a fechavam e encolhiam. Quando os olhava via-os também partir.

E fluir era estar presente, deixar-se ir na corrente do rio, sabendo que não era a corrente nem o rio, ainda que os levasse dentro.

E ainda que habitasse o mesmo corpo, acordava com um novo olhar. Já não era a mesma que respirou à 5 segundos atrás. E podia começar de novo.

Habitava-se cada vez melhor e isso permitia-a caminhar em si, sorrindo com a sabedoria da árvore que cresce e expande os seus ramos e dança no vento.



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